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terça-feira, 17 de junho de 2025

ZÉ CARIOCA (PERSONAGEM DE DESENHO ANIMADO)

  • Nome Completo/Original: José Carioca
  • Data de Nascimento: 24 de agosto de 1942
  • Local de Nascimento: Rio de Janeiro, Brasil
  • Espécie: Papagaio (Supostamente um papagaio-grego (Amazona amazonica))
  • Cor do Cabelo: Verde
  • Cor dos Olhos: Castanho (Originalmente), Azuis (Almanaques)
  • Família: Zico e Zeca (sobrinhos), Rosinha (Namorada)
  • Amigos: Pato Donald, Panchito, Nestor, Pedrão, Afonsinho, Amadeu
  • Inimigos: Zé Galo, Rocha Vaz
  • Primeira Aparição: Silly Symphonies (1942) (tira diária), Saludos Amigos (1943) (cinema)
Zé Carioca é o apelido (alcunha em português europeu) do papagaio José Carioca (nos Estados Unidos e na Holanda, também chamado de Joe Carioca), personagem fictício desenvolvido no começo da década de 1940 pelos estúdios Walt Disney. Ele é retratado como o típico malandro carioca, sempre escapando dos problemas com o jeitinho característico. Sua primeira aparição foi no filme Saludos Amigos, como amigo do Pato Donald. Descrito pela Time como um papagaio brasileiro elegante, que é tão superior ao Pato Donald quanto o Pato era ao Mickey Mouse.

O personagem brasileiro foi criado durante a Segunda Guerra Mundial, na verdade fez parte de uma estratégia chamada de política de boa vizinhança dirigida pelo governo dos Estados Unidos para melhorar as relações e obter apoio político dos países latino-americanos.

CARACTERIZAÇÃO

Aparência: José é um papagaio coberto de penas verdes, que são vermelhas e azuis nas penas da cauda. Ele normalmente usa um smoking amarelo-creme (desabotoado em mídias mais antigas) com uma camisa azul-claro e gravata borboleta preta. José também usa uma cartola marrom-dourada com uma listra preta, junto com um guarda-chuva preto. Ele costumava fumar charuto, mas atualmente não fuma mais. José costuma ser o mais calmo e inteligente do trio.

Personalidade: José é praticamente o oposto de Donald, no sentido de que é suave, tranquilo e sabe lidar bem com a pressão. Ele é extremamente benevolente, charmoso, bondoso e elegante, além de ser muito extrovertido e comunicativo, tendendo a fazer amigos com bastante facilidade e raramente sofrendo os mesmos infortúnios cômicos que seus colegas clássicos da Disney (pelo menos na animação).

Cena do Filme Alô Amigos! (1943).


Ele é retratado como um mulherengo, gosta de festas e age como um típico "malandro" brasileiro; Em contos, José ocupa seu tempo assumindo identidades falsas para impressionar garotas (que geralmente o percebem, deixando-o com o coração partido) e conseguindo jantares grátis em restaurantes caros, um hábito que frequentemente o coloca em apuros. Ele carrega um guarda-chuva onde quer que vá, usando-o como bengala; ele também pode usá-lo como um instrumento musical, como uma flauta, violão ou trombone. Ele é muito apaixonado pela cultura brasileira, pela comida e bebida, pelos lugares, pela música, e frequentemente assiste a cantar e dançar samba, um gênero musical típico do Brasil. Ele também está ansioso para compartilhar a cultura e os costumes de seu país com os outros, como quando conhece Donald e quer mostrar a ele tudo sobre o Rio de Janeiro e Salvador, a capital do estado da Bahia.

José é único por ser um dos poucos personagens da Disney que realmente admira o Pato Donald e sua obra, como o próprio José revelou em Saludos Amigos. Sendo um fã, ele ficou mais do que feliz em apresentar Donald ao Rio, e um vínculo amigável cresceu rapidamente depois. Desde então, tanto José quanto Donald expressam grande alegria sempre que têm a chance de se reencontrar. José também é o melhor amigo de Panchito Pistoles, que, apesar de ser o mais turbulento e imprevisível dos três, compartilha o carisma e a prosperidade de José.

Apesar de toda a sua elegância, José é bastante ingênuo quando se trata da América e seus costumes. Em "Two Happy Amigos", ele viajou por alguns estados americanos e confundiu animais selvagens (a maioria predadores querendo comê-lo) com nativos amigáveis. Ele também tem alguma dificuldade com o inglês, apesar de ser bilíngue. Quando lhe disseram que veria um alce durante o passeio, José presumiu que ele estava se preparando para ver seu amigo Mickey Mouse. Mesmo assim, José é jovial e sempre animado para aprender coisas novas, tendo tido uma viagem agradável, apesar dos mal-entendidos.

HISTÓRIA

J.Carlos em seu estúdio, por volta de 1920. Foto publicada na coleção "Nosso Século" (1980) da Editora Abril - volume relativo a 1910-1930, página 127.

Zé Carioca foi criado pelo próprio Walt Disney dentro do Hotel Copacabana Palace quando esteve no Brasil em 1941. Impressionado com a técnica de J. Carlos, cartunista que desenhava as versões brasileiras de personagens da empresa na revista O Tico Tico, Disney o convidou para trabalhar em Hollywood, mas o convite foi recusado por J. Carlos. Segundo alguns jornalistas, Walt Disney criou e enviou o personagem José Carioca para Carlos, dizendo esta ser uma homenagem ao cartunista. Outros especulam que o papagaio foi inspirado no sambista Paulo da Portela, outros que foi inspirado no cavaquinista paulista, José do Patrocínio Oliveira, o Zezinho, que inclusive forneceu a voz do personagem no filme Saludo Amigos. Uso do guarda-chuva pode ter vindo do Dr. Jacarandá, um figura do folclore carioca da época.

Cinema: O papagaio José Carioca (vulgo Zé Carioca) foi criado para o filme Alô, amigos (Saludos Amigos), de 1942, lançado nos EUA no ano seguinte pela Disney. Antes do lançamento americano, tiras de jornal foram publicadas com as aventuras do Zé Carioca.

O filme era dividido em quatro partes e mostrava a América do Sul, na qual o Zé guiava O Pato Donald na sua visita ao Brasil: apresentou ao pato a cachaça e o samba. O filme foi criado a partir de dados coletados numa visita de artistas dos Estúdios Disney – entre eles o próprio Walt Disney – à América do Sul (que é mostrada em flashes durante o filme).

Os esforços americanos não se limitavam ao Brasil, assim alguns personagens foram criados para um número de países latinos:

  1. Gauchinho Voador, representante da Argentina;
  2. Panchito, representante do México;
  3. José Carioca, o querido papagaio, representante do Brasil.
Dois anos depois, Zé Carioca apareceu novamente em outra produção destinada à América Latina: Os três cavaleiros (The Three Caballeros/Los tres caballeros). A parte brasileira, intitulada Você já foi à Bahia?, mostra Zé Carioca na companhia do Pato Donald e do galo mexicano Panchito, desta vez na Bahia, numa sequência que mistura desenho com atores reais (destaque para a participação da cantora Aurora Miranda, irmã da célebre Carmen Miranda).

Neste filme, Zé Carioca e Donald ainda se juntam ao galo Panchito em uma viagem pelo México a bordo do serapé voador deste último. Uma curiosidade cinematográfica sobre Zé Carioca é a confusão que se faz entre ele e o papagaio jurado em Alice no País das Maravilhas.

Zé Carioca aparece ao lado de Donald e do Aracuã no segmento Blame It on the Samba do filme Tempo de Melodia (1948).

Em 1988, o papagaio participa do filme Uma Cilada para Roger Rabbit.

TELEVISÃO

Aparece em dois episódios da série Disneyland: Two Happy Amigos (1960) e Carnival Time (1962).

Em 1996, Zé Carioca comandou um talk show dentro do programa TV Colosso da Rede Globo, com a voz do dublador Marco Antônio Costa.

Em 1999, o papagaio aparece no episódio Mickey Tries to Cook da série animada Mickey Mouse Works, entre 2001 e 2002 aparece nos episódios The Three Caballeros, Not So Goofy e Goofy's Menu Magic da série House of Mouse.

Apareceu em dois episódios da série Mickey Mouse, que apresenta uma versão do Mickey Mouse mais próxima a dos desenhos da década de 1930, na segunda temporada, o papagaio aparece como um locutor esportivo no Estádio do Maracanã no episódio Futebol Clássico, na terceira temporada aparece junto com outros dois cavaleiros na comemoração do aniversário do Mickey em ¡Feliz Cumpleaños!, na quarte temporada, aparece no episódio Carnaval, onde Mickey e Minnie aparecem no Carnaval do Rio de Janeiro. Aparece ao lado de Panchito em um episódio de Mickey and the Roadster Racers.

Em junho de 2018, a Disney lança a série animada The Legend of The Three Caballeros para o aplicativo de vídeo sob demanda Disneylife, inicialmente disponível apenas nas Filipinas. Em novembro do mesmo ano, Zé Carioca junto a Panchito aparecem no reboot de DuckTales, aqui representados como ex-colegas de quarto e melhores amigos do Pato Donald, que juntos formavam a banda Os Três Caballeros. Aparece ao lado de Panchito em dois episódios de Mickey Mouse Funhouseː Día de Muertos e Nochebuena no Funhouse.

JOGOS ELETRÔNICOS


Em 2002, Zé Carioca aparece nos jogos da série Disney Sports produzidos pela Konami para as plataformas GameCube e Game Boy Advance da Nintendo, Zé integra os times The TinyRockets ao lado de Huguinho, Zezinho e Luisinho, os jogos são Disney Sports Soccer (futebol), Disney Sports Basketball (basquete) e Disney Sports Football (futebol americano).

QUADRINHOS
  • PAÍS: Brasil
  • EDITORA(S): Abril Jovem
  • Formato de publicação: Formatinho 13.5x21cm (479-1469); 13.5x19cm (1471-2446)
  • LANÇAMENTO: O Pato Donald Apresenta Zé Carioca # 479 10 de janeiro de 1961)
  • FINALIZAÇÃO: Zé Carioca #2446 (julho de 2018)
Zé Carioca é pouco conhecido nos Estados Unidos, mas no Brasil ele possuiu revista em quadrinhos mensal, publicada pela Editora Abril de 1961 a 2018. Os quadrinhos o retratam como o típico malandro carioca, sempre escapando dos problemas com o jeitinho característico.

Origens: Na década de 1940, foram criados publicadas tiras dominicais na página semanal Silly Symphony, escrita por Bill Walsh, desenhadas por Bob Grant e Paul Murry com arte-final de Dick Moores. Nessa série, surgiram os primeiros personagens coadjuvantes do papagaio: Rosinha, seu pai Rocha Vaz, Nestor e o rival playboy do Zé Carioca, conhecido como Luís Carlos (que mais tarde seria substituído por Zé Galo). Além de ambientado no Rio, há uma história de uma viagem ao Amazonas, que depois seria redesenhada nos anos 1960 pelos artistas brasileiros. Nessas histórias, o papagaio é visto com um malandro, vivendo de golpes. A série que durou de 11 de outubro de 1942 a 1 de outubro de 1944. Foi substituída por uma tira de Panchito, que durou mais um ano.

A primeira história do Zé Carioca produzida para uma revista em quadrinhos foi O Rei Do Carnaval (The Carnival King, no original), a história foi produzida por Carl Buettner para a revista Walt Disney's Comics and Stories nº 27, publicada em 1942 e publicada no Brasil em O Pato Donald nº 8 (1951), nela, o papagaio tenta conquista uma jovem sambista inspirada em Carmen Miranda.

No Brasil: No Brasil, as tiras do o Zé Carioca estrearam na revista O Globo Juvenil em fevereiro de 1943, entre 1944 e 1945, as tiras foram publicadas no tabloide O Globo Expedicionário.

Em julho de 1950, apareceu na capa do primeiro número da revista O Pato Donald, pelas mãos do artista argentino Luis Destuet. Em 1961, já mais bem estruturado em seu universo, ganha uma publicação própria com a numeração iniciando no 479 e aproveitando os números ímpares da seqüência do Pato Donald, que permanecia com os números pares daí em diante.

A produção no Brasil de histórias para o Universo Disney envolveria outros personagens. A primeira história produzida no Brasil com o Zé recebeu o nome de A Volta De Zé Carioca publicada em O Pato Donald nº 165 (1955), cujos desenhos são atribuídos a Luis Destuet, a primeira história produzida por um artista brasileiro, Jorge Kato teve o mesmo título da história de 1955 e foi publicada em O Pato Donald nº 434 (1960). Ao contrário das tiras americanas, no início da série brasileira não havia diferenças entre a cidade em que o Zé morava e Patópolis, aparecendo com frequência os demais coadjuvantes das histórias do Donald, como seus sobrinhos, Tio Patinhas, Professor Pardal e o Gastão. É com o Gastão, aliás, que apareceu uma das mais famosas histórias dessa série Zé Carioca contra o goleiro Gastão, desenhada por Jorge Kato e justamente presente na citada edição 479: o sortudo personagem era goleiro de um time de futebol que jogava contra o do Zé Carioca. Mesmo com Zé sendo um craque, ele não conseguia vencer o Gastão, que sempre fazia algum milagre para impedir o gol dos adversários. No Brasil, aliás, Gastão seria sempre o sortudo, enquanto nas histórias de Carl Barks ele aparecia mais vezes como falastrão e preguiçoso e avesso ao trabalho, ou seja, bem parecido com a personalidade que Zé Carioca acabou adotando.

Quando Zé Carioca estreou nos quadrinhos do Brasil, o volume de histórias disponível não era suficiente para manter o título em banca. A Editora Abril para não cancelar a revista, passou a adaptar histórias do Mickey e do Pato Donald, com os desenhistas da Abril colocando Zé Carioca no lugar desses personagens, essas histórias foram apelidadas de Zé Fraude. Por consequência, apareceram histórias onde Zé Carioca contracena com personagens fora do seu universo, mantidos da história original, como Pateta, parceiro de Mickey. Também por conta disso, surgiram Zico e Zeca, sobrinhos do Zé, e criados para ocuparem o lugar de Huguinho, Zezinho e Luizinho, sobrinhos do Pato Donald e Chiquinho e Francisquinho, sobrinhos do Mickey Mouse. Outra consequência foram as frequentes mudanças na personalidade de Zé Carioca, que se adaptava à história original de onde era copiada.

Finalmente a partir da década de 1970, a Editora Abril conseguiu estruturar um estúdio próprio destinado a produzir histórias para suprir o crescente número de publicações Disney que circulavam no país com enorme sucesso. O Zé Carioca começou a aparecer regularmente em sua revista, acompanhado de uma nova série de personagens coadjuvantes e vivendo situações ambientadas nas paisagens do Brasil, que o consolidaria como um personagem tipicamente brasileiro. Uma curiosidade dessa época, é a presença do mainá Amadeu, personagem criado para as histórias do Mickey Mouse e Pateta, mas que já havia sido usado em histórias do papagaio nos anos 1960.

Entre as décadas de 70 e 90 ocorreu o auge da produção para o personagem no Brasil, com revistas contendo só histórias do personagem, e com aumento do número de páginas. Nessa época o Zé teve seu visual reformulado aos poucos, saindo do paletó, gravata, chapéu-palheta e charuto (vício que seria abolido de vez de suas histórias, com licença para republicações de histórias clássicas) por uma camiseta, mais condizente com o clima do Rio de Janeiro, essa mudança ocorreu ainda nos anos 60.

Em 1971, estreia o quadrinista Renato Canini, na história O Leão Que Espirrava, escrita pelo próprio Canini, onde surge o primo Zé Paulista, logo em seguida, passa a ilustrar roteiros de Ivan Saidenberg, Júlio de Andrade, entre outros. Nesse período surge o herói Morcego Verde (inspirado no Morcego Vermelho) e a Agência de Detetives Moleza.

Canini desenhou o personagem até 1979, quando foi demitido pela Disney, por conta de traço mais pessoal e diferente do padrão da empresa, logo em seguida, continua roteirizando personagens Disney até meados da década de 1980, inclusive as do Zé Carioca.

O papagaio foi desenhando de camiseta até maio de 1983, a última história com esse visual foi Pedrão, o pintor (Zé Carioca nº 1645), já em Um Amor Correspondido (Zé Carioca nº 1647), voltou a usar paletó e chapéu-palheta, o visual original durou até 1992, em janeiro desse ano (Zé Carioca nº 1924), Zé Carioca começou a aparecer com boné, camisas estampadas e tênis, inicialmente apenas em capas, após 10 edições, o visual passa a ser usado em histórias. Por causa da queda de vendas configurada em todo o comércio de quadrinhos a partir do final da década de 90, com especial ênfase no setor infantil, a Abril praticamente fechou suas redações da área Disney, demitindo artistas consagrados, passando a republicações e lançando apenas alguns especiais (como o aclamado Zé Carioca no Descobrimento do Brasil, em virtude dos 500 anos da chegada de Cabral).

A última história inédita brasileira foi publicada em dezembro de 2001 intitulada Só com Magia, do roteirista Rafles Ramos, em junho do mesmo ano, a editora havia publicado em Zé Carioca nº 2182, o arco de história em três partes O Retorno dos Três Cavaleiros, produzida pelo americano Don Rosa. Depois disso alguma produção esporádica foram feitas para publicações especiais, em 2003, é publicada Nestor, O Destatuador no especial Zé Carioca 60 anos, roteirizada por Arthur Faria Jr. e desenhada por Eli Leon, em 2005, a editora três histórias inéditas: outro arco de história de Rosa: Sete Cavaleiros (Menos Quatro) E Um Destino, publicada em Zé Carioca nº 2290, O Amigo Do Presidente, história produzida na Holanda por Frank Jonker (roteiro) e José Colomer Fonts (desenhos), publicada na revista Almanaque Disney nº 367 e O Código da Trinta de Renato Canini, para o especial Mestres Disney nº 5 dedicada a obra do mesmo em Zé Carioca. Existem histórias inéditas do personagem nos arquivos da Editora Abril.

Em 2010, a Walt Disney Records lança o álbum Disney Adventures in Samba, onde temas de trilhas sonoras dos filmes da Disney foram vertidos para o ritmo brasileiro em gravações de artistas como Diogo Nogueira e Arlindo Cruz, na capa, de autoria de Moacir Rodrigues Soares para a revista Anos de Ouro do Zé Carioca nº 3 (1990), Zé Carioca ostenta o visual da década de 1940. Mesmo sem ter história inéditas, as capas da revista fizeram referências a eventos atuais, na capa da edição 2347 traz uma paródia ao poster do filme The Twilight Saga: New Moon, da série de filmes Crepúsculo,a edição 2348 mostra um goleiro com uma roupa idêntica ao uniforme do Homem-Aranha (personagem da Marvel Comics, empresa adquirida pela Disney em 2009) e a edição 2349 parodia o filme Avatar de James Cameron, todas as capas são de autoria de Aparecido Norberto, uma paródia Avatar também havia sido publicado na revista italiana Topolino, protagonizada pelo Indiana Pateta e assim como na capa brasileira, não correspondia a nenhuma história publicada na edição. Em 2012, a revista O Pato Donald nº 2407, publica uma outra história origem holandesa, protagonizada por Pato Donald e por Zé Carioca, Um Hóspede Que É Uma Mala de Frank Jonker (roteiros) e Bas Heymans (desenhos).

Em janeiro de 2013, a editora anunciou que iria publicar histórias inéditas nas revistas regulares, a primeira história Um Crocodilo no Rio, escrita, desenhada e colorida por Fernando Ventura e arte-finalizada por José Wilson Magalhães será publicada na edição 2380 da revista Zé Carioca. Uma história inédita de Ventura já havia sido publicada no especial Zé Carioca 70 Anos volume 2, uma história inédita do especial foi escrita por Arthur Faria Júnior e ilustrada por Luiz Podavin. Para edição seguinte, a editora anunciou uma história produzida por Arthur Faria Júnior e Luiz Podavin. Ventura introduz nas histórias brasileiras a Vovó Carioca, personagem criada em 2011 para os quadrinhos holandeses do personagem criados por Jan Kruse e Bas Heymans. Para homenagear os 40 anos do Morcego Vermelho, identidade de super-herói de Peninha, o herói aparece em duas histórias do Zé Carioca e sua versão super-heroica, o Morcego Verde, Duelo de Titãs, escrita por Carlos Edgard Herrero e Arthur Faria Jr., publicada em Zé Carioca nº 2385 (agosto de 2013) e Esse Herói É Muito Folgado!, publicada em Zé Carioca nº 2389 (outubro de 2013), essa última, com roteiro apenas de Faria Jr., ambas desenhada pelo próprio Herrero, que desenhou a primeira história do Morcego Vermelho.

Em novembro de 2013, em virtude do falecimento do quadrinista Renato Canini, a editora publica duas histórias na edição 2391 do Zé Carioca: Kung Fu Papagaio de Lúcia de Nóbrega e A Fuga Muito Doida do Zé Carioca, idealizada pelo editor Paulo Maffia e escrita e desenhada pelo próprio Ventura, a história havia sido criada para ser desenhada pelo próprio Canini, para o especial Mestres Disney nº 5, porém, o próprio resolveu apresentar O Código da Trinta e A Fuga Muito Doida do Zé Carioca ficou guardada para um retorno da produção nacional, a história faz homenagem a trabalho do próprio Canini com o papagaio, a editora ainda aproveita a proximidade da Copa do Mundo do Brasil e república a história Zé Carioca contra o goleiro Gastão, na segunda edição da revista Abril na Copa. Em abril de 2014, é lançado o álbum de figurinhas Copa Disney, com desenhos de Luiz Podavin, arte-final de José Wilson Magalhães, cores de Cris Alencar e textos do jornalista esportivo Celso Unzelte, no mês seguinte, o personagem aparece na revista especial Gooool, a revista trazia histórias da Copa do Mundo por autores italianos, nelas, Zé Carioca encontra com Mickey, Pato Donald, Pateta, Peninha, Panchito, entre outros, ainda em maio, a editora publica a edição especial Futebol 2014 nº 3- Zé Carioca e os Craques da Bola, com capa de Luiz Podavin, o especial trouxe republicações de histórias de futebol. Depois de 68 anos, a Editora Abril encerrou dos quadrinhos Disney, com as últimas edições lançadas em julho de 2018.

Em março de 2019, a editora Culturama assumiu os quadrinhos mensais da Disney, porém, sem histórias do Zé Carioca, em 2020, a editora inicia a produção de histórias do Zé Carioca, trazendo os desenhistas Carlos Edgard Herrero, Moacir Rodrigues Soares e Luiz Podavin; o roteirista Arthur Faria Júnior; a colorista Cris Alencar; e o roteirista, desenhista e arte-finalista Fernando Ventura, a primeira história foi publicada na edição 18 da revista Aventuras Disney (setembro de 2020), o personagem teve o visual reformulado, com um chapéu panamá, camiseta e calça. Em 2022, o personagem completou 80 anos, para isso, alguns lançamentos foram planejados como uma canção intitulada Zés do Brasil composta por Leandro Lehart e gravada por Xande de Pilares lançada em 9 de setembro, além de uma parada na Avenida Atlântica em Copacabana. Em janeiro de 2023, a Culturama lançou a história Um jovem chamado Zé em OGrande Almanaque Disney nº 19, roteirizada por Paulo Maffia e Gérson Luiz Borlotti Teixeira, desenhos dos irmãos Moacir Rodrigues Soares e Irineu Soares Rodrigues e a arte-final de Verci de Mello (também irmão de Moacir e Irineu) e cores de Fernando Ventura e Toni Caputo. A história mostra o bebê Zé Carioca vivendo um tempo em Patópolis e voltando ao Brasil. Em março de 2023, é lançada a graphic novel Zé Carioca conta a história do Brasil em parceria com o jornalista Eduardo Bueno com o papagaio contando sua versão de episódios da história do Brasil, a HQ traz roteiros do editor Paulo Maffia em parceria com Lederly Mendonça.

Almanaque do Zé Carioca:

Além da revista própria, o papagaio possuía um almanaque. A primeira versão teve 21 edições, de maio de 1986 a fevereiro de 1995. Em dezembro de 2010, ganhou uma segunda versão, com periodicidade bimestral. Em maio de 2017, a revista foi cancelada para dar lugar ao retorno do Almanaque Disney.

Edições especiais:

Além da revista própria e do Almanaque do Zé Carioca, o personagem ainda teve várias edições especiais. São elas:

Anos de ouro do Zé Carioca
Novembro/Dezembro de 1989. Quatro (4) edições de luxo contendo as primeiras histórias do Zé no Brasil.

Zé Carioca Edição Extra
Outubro de 1997. Duas edições experimentais. Não faz parte da série Edição Extra.

Zé Carioca 20 anos
Junho de 1981. Comemoração pelos 20 anos da revista Zé Carioca.

Zé Carioca edição ecológica
Maio de 1992. Edição que fala sobre ecologia com a história Em busca dos papagaios perdidos.

Zé na Copa
Maio de 1998. Detalhes e histórias relacionados ao futebol.

Zé Carioca especial, Brasil 500 anos
Março de 2000. Comemorando os 500 anos de descobrimento do Brasil.

Zé Carioca 60 anos
Novembro de 2003. Comemoração de 60 anos da criação do Zé Carioca.

Zé Carioca 70 anos.
Novembro de 2012. Comemoração de 70 anos da criação do Zé Carioca

Futebol 2014 nº 3- Zé Carioca e os Craques da Bola
Maio de 2014. Republicação de histórias de futebol

Um Brasileiro Chamado Zé Carioca
Abril de 2015. Publicação de luxo de 44 histórias desenhadas por Renato Canini e roteirizadas por Ivan Saidenberg

Edição Exclusiva para Assinantes nº 2 - Zé Carioca
Maio de 2021. Republicação de histórias produzidas pela Culturama, contendo mais uma história inédita

Arte e Cor - Zé Carioca
Julho/agosto de 2021. Livro para colorir ilustrado por Moacir Rodrigues Soares e publicado pela Culturama.

Zé Carioca e Panchito - Silly Simphonies 1942-1945

Novembro de 2021. Republicação completa das tiras de Zé Carioca e Panchito publicada pela Panini Comics.

Zé Carioca — Viagens fantásticas — Volume 1

Dezembro de 2021. Primeiro número de uma série de graphic novels de Zé Carioca encontrando personagem históricos e fictícios como Machado de Assis ou Sherlock Holmes publicada pela Culturama.

O Essencial do Zé Carioca - Celebrando 80 Anos da sua Estreia

Julho de 2022. Publicação de luxo de 14 histórias produzidas por Renato Canini, Julio de Andrade e outros para Editora Abril, especial publicado pela Culturama.

Zé Carioca conta a história do Brasil

Março de 2023. Uma graphic novel que contou com a colaboração do jornalista Eduardo Bueno, participação de personagens como Mickey, Pateta, Donald, Peninha, Gastão.

Manual Disney: Lançado o Manual do Zé Carioca, dentre os Manuais Disney, lançados na década de 1970 pela Editora Abril, mais especificamente em 1974 (graças à Copa da Alemanha) e depois em 1978, edição revisada e atualizada (Copa da Argentina). Depois, relançado em 1986 pela Editora Nova Cultural.

O assunto tratado era o esporte preferido dos brasileiros e do próprio Zé, o futebol.

Este mesmo manual e de todos os outros temas e personagens, foram aproveitados para se fazer a Biblioteca do Escoteiro-Mirim. As capas eram diferentes, mas com o mesmo conteúdo.

Inconsistência estética: O personagem que começou sua trajetória vestindo terno e gravata coloridos, com um chapéu-palheta e carregando um guarda-chuva, o visual se assemelha a usada aos zoot suits, usadas nos EUA durante a década de 1940 por negros e latinos e que foi adotada pelos sambistas cariocas.

As incoerências e desatualização na composição do Zé Carioca, se explicam pelo fato de que o personagem não foi concebido com o objetivo do formato sequencial dos quadrinhos, mas sim para um breve curta homenageando a América Latina (que mais tarde tornar-se-iam dois). Não foi pensado no futuro que o personagem teria quando o próprio Walt Disney criou o personagem, que não era um favelado, sequer um caloteiro, apenas um entusiasta do Brasil.

Se até a década de 70 os editores eram — devido à importação ou adaptação das histórias — praticamente obrigados a se ater ao original da Disney, a partir de então, com a organização do estúdio da Abril abriu-se espaço para as mudanças estéticas e psicossociais observadas no personagem devido à crescente influência dos roteiristas e desenhistas brasileiros, dentre os quais é preciso destacar o nome de Renato Canini, que chegou a ser rotulado de pai do Zé Carioca.

A personalidade de Zé Carioca desenvolvida nos quadrinhos nas tiras de jornal – com lançamentos também na Holanda e alguns na Itália –, a ponto de Don Rosa, ignorar e desconhecer a série brasileira ao escrever uma história em que o Zé participava, com sua personalidade baseada na do filme de 1945. Não tenho fontes onde possa chegar e pedir cópias da história do Zé Carioca dos últimos 30 anos traduzidas para o inglês. Isso é impossível. Então, não posso dizer nada, já que não consigo ler em português. Mas o que me dizem é que ele é um vagabundo, um vagabundo adorável. Assim, não consigo formar uma opinião. Por isso, tive de recriar uma versão do Zé Carioca que todos os americanos conhecem, ou seja, a do desenho de 1945, justifica-se Don Rosa.

Na Holanda:

Em 1981, Zé Carioca foi publicado pela primeira vez no na revista semanal do Pato Donald. As três primeiras histórias foram publicadas sob o título coletivo A Vagabond on Courtesy Feet. A partir de 1983, passou a ter histórias locais, nessas histórias, muito próximas das tiras originais, Zé ocupa seu tempo assumindo falsas identidades para impressionar as garotas (que costumam ver através dele, deixando-o com o coração partido), e ganhando jantares grátis em restaurantes caros, hábito que muitas vezes o coloca em apuros. Em 2023, ganhou uma namorada exclusiva das histórias holandesas, Parquita.

CENÁRIO E PERSONAGENS

No O cenário de suas histórias é, na maioria das vezes, a Vila Xurupita, no Morro do Papagaio (mais tarde referido como Bairro do Papagaio), local onde mora, não precisamente apontada, mas tida pelas demonstrações, como um bairro humilde suburbano do Rio, com vários referenciais para ser uma favela, embora próximo de bairro rico, onde mora sua namorada. O bairro é a sede do time de futebol Vila Xurupita Futebol Clube e da escola de samba Unidos de Vila Xurupita.

Alguns personagens eram característicos nas histórias do papagaio Zé Carioca. Seguem eles:

Rosinha Vaz (1942) - Sua namorada, filha de milionário, muitas vezes questiona o estilo de vida do namorado.
Nestor (1944) - Seu grande amigo, presente desde as primeiras histórias em quadrinhos do Zé. Um urubu, que teme por todos os planos do Zé, embora admita-se um “caloteirozinho de menor porte”. Às vezes arruma emprego, prontamente arruinados pelo papagaio.
Pedrão (1973) - Faz a melhor feijoada do mundo e, embora grande amigo, sempre briga com o Zé e o persegue porque ele rouba suas “estimadas” jacas.
Afonsinho (1974) - Um pato tímido e ingênuo, com raros momentos de brilhantismo, também grande amigo do Zé. Já foi dono de uma quitanda de frutas.
Rocha Vaz (1942) - Pai milionário da Rosinha, que não aceita o Zé como genro por este ser pobre. Seu nome completo é Gaitolino da Rocha Vaz, e tem um irmão gêmeo que mora em São Paulo, chamado Granolino da Rocha Vaz.
Zé Galo (1983) - O maior rival de Zé Carioca, deseja namorar a Rosinha, sua antiga colega de escola e diferente do Zé, tem uma boa relação com o Rocha Vaz. Já criou um time de futebol e até escola de samba para rivalizar com o Zé. É malandro, arrogante, metido, exibido e atrapalhado. Sua primeira aparição foi na história Que Galo é Esse, Zé?, da edição 1635, lançado em 1983. Seu nome completo é Galdino José Chaves.
Morcego Verde (1975) - Super-herói encarnado pelo papagaio, que luta contra o crime com seus métodos nada convencionais, e faz uso da morcegocleta (popularmente conhecida como “a bicicleta do vizinho”). Embora desconverse, todos sabem se tratar do Zé Carioca – paródia do Batman.
Zico e Zeca (1962) - Os dois sobrinhos gêmeos pestinhas do Zé, para os quais seu tio quer passar os ensinamentos da família.
ANACOZECA (Associação NAcional dos CObradores do ZÉ CArioca) (1976) - Uma organização que faz de tudo pra conseguir cobrar o malandro. Principais aparições: Tadeu, Arlindo, Asdrubal e Arnaldo.
ANATOCOBRA (Associação NAcional de TOdos os CObradores do BRAsil) (2020) - Outra organização de credores que se une a ANACOZECA.
Merecem atenção, como participantes secundários:

Luís Carlos - Outro rival do papagaio no amor de Rosinha. Em sua primeira aparição, era noivo de Rosinha, porém ela conheceu Zé Carioca e se apaixonou. Mesmo assim, o folgado Luís Carlos se aproveitava da amizade que tinha com ela, para irritar o papagaio. Apareceu esporadicamente em histórias brasileiras, sendo substituído pelo Zé Galo.
Baitazar - Outro rival do papagaio no amor de Rosinha. Era um jogador de futebol exibido e conquistador. Apareceu apenas na história Campeão de Futebol, de um HQ lançado no Brasil em 1955.
Glória - Rival de Rosinha no amor pelo Zé.
Alberto - Modormo do Rocha Vaz e que também não vai com a cara do Zé.
Átila - Cão bravo do Rocha Vaz, que detesta o Zé e sempre o ataca.
Seu Manoel - Seu Manoel é o dono do bar mais frequentado pelo Zé e por seus amigos (geralmente pra papear ou jogar sinuca). Parcialmente vive cobrando o Zé por sua enorme divida. Em algumas histórias seu nome já foi Malaquias.
Zé Picareta - Um pato malandro e trambiqueiro que estava sempre tentando aplicar golpes nas pessoas, sendo Zé Carioca uma frequente vítima. Sempre se dava mal no final das histórias.
Soneca - Cão de estimação do Zé, que pelo nome, dá pra perceber que é como o seu dono. Aparece mais em histórias antigas.
Acácio - O personagem secundário, aparece fazendo de tudo; inspirado em arte-finalista da redação da Abril, Acácio Ramos.
Comissário Porcôni - Assim intitulado pelo Morcego Verde, Porconi é na verdade o estressado delegado da Delegacia de Vila Xurupita.
Paladino Implacável - Alter-ego super-heroico de Zeca, o sobrinho do Zé Carioca.
Gabi - Sobrinha espoleta da Rosinha, muito mimada por ela e pelo Rocha Vaz. Vive brigando com Zico e Zeca, seus amiguinhos.
Gilda e Laurinha - Namoradas, respectivamente, do Nestor e do Pedrão. Ambas, tem raras aparições.
João - Amigo do Zé Carioca, surgiu nas tiras junto com o Nestor, esteve presente em quadrinhos brasileiros dos anos 60, 70 e 80 e é bastante recorrente na produção holandesa, retornou em 2020 na história Para O Papagaio Que Tem Tudo! na edição 21 da revista Aventuras Disney.
João Ratazana - Um rato trambiqueiro, cujos planos são sempre frustrados pelo Zé.
Barão de Bazófia - Papagaio muito parecido com o Zé, é um agente secreto do reino de Pipocolândia, junto com seu mordomo e também agente, Jonas.
Parquita (2023) - Namorada das histórias holandesas.

Os Parentes do Zé:

Frequentemente aparecem parentes do papagaio nas suas histórias, muitos deles partilhando o seu primeiro nome e possuindo características típicas da região de origem. Os principais são os seguintes (embora outros tenham aparecido ou sido mencionados):

Zé Paulista - O primo de São Paulo, o seu oposto por ser demasiado trabalhador.
Zé Jandaia - O arretado primo cearense.
Zé Pampeiro - O primo gaúcho, o verdadeiro macho de facão dos pampas.
Zé Queijinho - O ingênuo primo mineiro, o caipira da roça que anda sempre acompanhado da sua cabrita Gabriela, que come de tudo.
Zé Baiano - O primo baiano, que consegue ser mais dorminhoco que o Carioca, e mais rápido na hora de chegar à rede.
Zé Goiano - Um tio-avô goiano. Já morreu.
Zé Pantaneiro - O primo estancieiro do Mato Grosso do Sul.
Zico e Zeca - Sobrinhos gêmeos.
Zé do Engenho - Outro tio-avô. Era (ou é, porque está vivo) coronel.
Vovó Carioca - Personagem surgida nas histórias holandesas e introduzida nos quadrinhos brasileiros.

DESENHISTAS BRASILEIROS

  1. Jorge Kato
  2. Waldyr Igayara de Souza
  3. Izomar Camargo Guilherme
  4. Carlos Edgard Herrero
  5. Renato Canini
  6. Roberto Fukue
  7. Luiz Podavin
  8. Eli Leon
  9. Euclides Miyaura
  10. Irineu Soares Rodrigues
  11. João Batista Queiroz
  12. Moacir Rodrigues Soares
  13. Paulo Noely da Costa
  14. Fernando Bonini
  15. Gustavo Machado
  16. Paulo Borges
  17. Átila de Carvalho
  18. Aparecido Norberto
  19. Dave Santana
  20. Fernando Ventura
  21. Carlos Mota
ROTEIRISTAS BRASILEIROS
  1. Ivan Saidenberg
  2. Júlio de Andrade
  3. Arthur Faria Jr.
  4. Gérson Teixeira
  5. Genival de Souza
  6. Rafles Ramos
  7. João Batista Queiroz
FONTES: Anos de Ouro do Zé Carioca Volume 1, Abril Jovem, novembro de 1989

Zé Carioca 60 anos, Abril Jovem, novembro de 2003

Zé Carioca 70 anos volume 1, Abril Jovem, outubro de 2012

Um Brasileiro Chamado Zé Carioca, novembro de 2015

Post nº 388 ✓

segunda-feira, 16 de junho de 2025

RASPUTIN (MÍSTICO RUSSO)

Retrato de Grigori Rasputin tirada em 1910 por Karl Bulla (1853–1929).
  • NOME COMPLETO: Grigori Yefimovich Rasputin (em russo: Григорий Ефимович Распутин)
  • NASCIMENTO: 21 de janeiro de 1869; Pokrovskoye, Rússia
  • FALECIMENTO: 30 de dezembro de 1916 (47 anos); Petrogrado, Rússia (Assassinato por arma de fogo na Cabeça)
  • OCUPAÇÃO: místico cristão
  • FAMÍLIA: Praskovia Fedorovna Dubrovina (m. 1887), 3 Filhos, incluindo Maria
  • RELIGIÃO: Cristianismo Ortodoxo

Grigori Rasputin (1869—1916) foi um místico e curandeiro russo. Ele é mais conhecido por ter feito amizade com a família imperial de Nicolau II, o último imperador da Rússia, através de quem ganhou considerável influência nos últimos anos do Império Russo.

Historiadores frequentemente sugerem que a reputação escandalosa e sinistra de Rasputin ajudou a desacreditar o governo czarista, precipitando assim a queda da Casa de Romanov logo após seu assassinato. Relatos sobre sua vida e influência eram frequentemente baseados em rumores comuns; ele continua sendo uma figura misteriosa e cativante na cultura popular.

BIOGRAFIA

Grigori Yefimovich Rasputin nasceu um camponês na pequena aldeia de Pokrovskoye, ao longo do rio Tura, na província de Tobolsk (hoje Oblast de Tyumen), no Império Russo. De acordo com registros oficiais, ele nasceu em 21 de janeiro [ OS 9 de janeiro] de 1869 e foi batizado no dia seguinte. Ele recebeu o nome de São Gregório de Nissa, cuja festa foi celebrada em 10 de janeiro.

Existem poucos registros dos pais de Rasputin. Seu pai, Yefim (1842–1916), era um camponês e ancião da igreja que nasceu em Pokrovskoye e se casou com a mãe de Rasputin, Anna Parshukova (c. 1840 – 1906), em 1863. Yefim também trabalhou como mensageiro do governo, transportando pessoas e mercadorias entre Tobolsk e Tyumen. O casal teve outros sete filhos, todos os quais morreram na infância e na primeira infância; pode ter havido um nono filho, Feodosiya. De acordo com o historiador Joseph T. Fuhrmann, Rasputin certamente era próximo de Feodosiya e era padrinho de seus filhos, mas "os registros que sobreviveram não nos permitem dizer mais do que isso".

De acordo com o historiador Douglas Smith , a juventude e o início da idade adulta de Rasputin são "um buraco negro sobre o qual não sabemos quase nada", embora a falta de fontes e informações confiáveis não tenha impedido outros de fabricar histórias sobre os pais de Rasputin e sua juventude após sua ascensão à proeminência. Os historiadores concordam, no entanto, que como a maioria dos camponeses siberianos, incluindo sua mãe e seu pai, Rasputin não foi formalmente educado e permaneceu analfabeto até o início da idade adulta. Registros de arquivo locais sugerem que ele teve uma juventude um tanto indisciplinada - possivelmente envolvendo bebida, pequenos furtos e desrespeito às autoridades locais - mas não contêm evidências de que ele tenha sido acusado de roubar cavalos, blasfêmia ou prestar falso testemunho, todos crimes graves posteriormente imputados a ele quando jovem.

Em 1886, Rasputin viajou para Abalak , cerca de 250 km a leste-nordeste de Tyumen e 2.800 km a leste de Moscou, onde conheceu uma camponesa chamada Praskovya Dubrovina. Após um namoro de vários meses, eles se casaram em fevereiro de 1887. Praskovya permaneceu em Pokrovskoye durante as viagens posteriores de Rasputin e sua ascensão à proeminência, e permaneceu devotada a ele até sua morte. O casal teve sete filhos, embora apenas três tenham sobrevivido à idade adulta: Dmitry (n. 1895), Maria (n. 1898) e Varvara (n. 1900).

CONVENÇÃO RELIGIOSA

Em 1897, Rasputin desenvolveu um interesse renovado pela religião e deixou Pokrovskoye para fazer uma peregrinação. Seus motivos não são claros; de acordo com algumas fontes, ele deixou a vila para escapar da punição por seu papel no roubo de cavalos. Outras fontes sugerem que Rasputin teve uma visão da Virgem Maria ou de São Simeão de Verkhoturye, enquanto outras ainda sugerem que sua peregrinação foi inspirada por uma jovem estudante de teologia, Melity Zaborovsky. Quaisquer que sejam seus motivos, Rasputin abandonou sua antiga vida: ele tinha 28 anos, era casado há dez anos, tinha um filho pequeno e outra criança a caminho. De acordo com Smith, sua decisão "só poderia ter sido ocasionada por algum tipo de crise emocional ou espiritual".

Rasputin havia realizado peregrinações anteriores e mais curtas ao Mosteiro Sagrado Znamensky em Abalak e à catedral de Tobolsk , mas sua visita ao Mosteiro de São Nicolau em Verkhoturye em 1897 o transformou. Lá, ele conheceu e foi "profundamente humilhado" por um starets (ancião) conhecido como Makary. Rasputin pode ter passado vários meses em Verkhoturye, e talvez tenha sido lá que ele aprendeu a ler e escrever. No entanto, ele mais tarde afirmou que alguns dos monges em Verkhotuyre se envolveram em homossexualidade e criticou a vida monástica por ser muito coercitiva. Ele retornou a Pokrovskoye um homem mudado, parecendo desgrenhado e se comportando de maneira diferente. Ele se tornou vegetariano, jurou parar de beber álcool e orou e cantou com muito mais fervor do que no passado.

Rasputin passou os anos que se seguiram como um strannik (um andarilho sagrado ou peregrino), deixando Pokrovskoye por meses ou mesmo anos para vagar pelo país e visitar uma variedade de locais sagrados. É possível que ele tenha vagado até o Monte Athos - o centro da vida monástica ortodoxa oriental - em 1900.

No início dos anos 1900, Rasputin havia desenvolvido um pequeno círculo de seguidores, principalmente membros da família e outros camponeses locais, que rezavam com ele aos domingos e outros dias sagrados quando estava em Pokrovskoye. Construindo uma capela improvisada no porão de Yefim — Rasputin ainda morava na casa de seu pai na época — o grupo realizava reuniões secretas de oração lá. Essas reuniões eram alvo de alguma suspeita e hostilidade do padre da aldeia e de outros moradores. Corria o boato de que seguidoras lavavam Rasputin cerimonialmente antes de cada reunião, que o grupo cantava canções estranhas e até mesmo que Rasputin havia se juntado à Khlysty, uma seita religiosa cujos rituais extáticos incluíam autoflagelação e orgias sexuais. De acordo com Fuhrmann, no entanto, "repetidamente investigações não conseguiram estabelecer que Rasputin alguma vez foi membro da seita", e os rumores de que ele era um Khlyst parecem ter sido infundados.

PROEMINÊNCIA

A notícia da atividade e do carisma de Rasputin começou a se espalhar na Sibéria no início dos anos 1900.  Em algum momento durante 1904 ou 1905, ele viajou para a cidade de Kazan, onde adquiriu a reputação de um staretz sábio que poderia ajudar as pessoas a resolver suas crises e ansiedades espirituais. Apesar dos rumores de que Rasputin estava fazendo sexo com seguidoras, ele causou uma impressão favorável em vários líderes religiosos locais. Entre eles estavam o arquimandrita Andrei e o bispo Chrysthanos, que deram a Rasputin uma carta de recomendação ao bispo Sergei, reitor do seminário teológico do Mosteiro Alexander Nevsky, e providenciaram sua viagem a São Petersburgo.

Ao chegar à Alexander Nevsky Lavra, Rasputin foi apresentado a líderes da igreja, incluindo o arquimandrita Theofan, inspetor do seminário teológico, que tinha boas conexões na sociedade de São Petersburgo e mais tarde serviu como confessor da família imperial. Theofan ficou tão impressionado com Rasputin que o convidou para ficar em sua casa; ele se tornou um dos amigos mais importantes de Rasputin em São Petersburgo, garantindo-lhe entrada em muitos dos salões influentes onde a aristocracia local se reunia para discussões religiosas. Foi por meio dessas reuniões que Rasputin atraiu alguns de seus primeiros e influentes seguidores - muitos dos quais mais tarde se voltariam contra ele.

Movimentos religiosos alternativos, como o espiritualismo e a teosofia, tornaram-se populares entre a aristocracia de São Petersburgo antes da chegada de Rasputin, e muitos da aristocracia eram intensamente curiosos sobre o oculto e o sobrenatural. As ideias e os "modos estranhos" de Rasputin fizeram dele objeto de intensa curiosidade entre a elite da cidade, que, de acordo com Fuhrmann, estava "entediada, cínica e em busca de novas experiências" durante este período. O apelo de Rasputin pode ter sido reforçado pelo fato de ele também ser um russo nativo, ao contrário de outros autodenominados "homens santos", como Nizier Anthelme Philippe e Gérard Encausse, que anteriormente eram populares em São Petersburgo.

De acordo com Fuhrmann, Rasputin permaneceu em São Petersburgo por apenas alguns meses em sua primeira visita e retornou a Pokrovskoye no outono de 1903. Smith, no entanto, argumenta que é impossível saber se Rasputin permaneceu em São Petersburgo ou retornou a Pokrovskoye em algum momento entre sua primeira chegada e 1905. Independentemente disso, em 1905 Rasputin formou amizades com vários membros da aristocracia, incluindo as "Princesas Negras", Militsa e Anastasia de Montenegro, que se casaram com primos do czar Nicolau II (grão-duque Pedro Nikolaevich e príncipe George Maximilianovich Romanowsky) e foram fundamentais na apresentação de Rasputin ao czar e sua família.

Rasputin conheceu Nicolau em 1º de novembro de 1905, no Palácio de Peterhof. O czar registrou o evento em seu diário, escrevendo que ele e sua imperatriz consorte, Alexandra Feodorovna, "conheceram um homem de Deus - Grigory, da província de Tobolsk". Rasputin retornou a Pokrovskoye logo após seu primeiro encontro e não retornou a São Petersburgo até julho de 1906. Em seu retorno, ele enviou a Nicolau um telegrama pedindo para presentear o czar com um ícone de São Simeão de Verkhoturye. Ele se encontrou com Nicolau e Alexandra em 18 de julho e novamente em outubro, quando conheceu seus filhos.

Em algum momento, Nicolau e Alexandra se convenceram de que Rasputin possuía o poder milagroso de curar seu único filho, o czarevich Alexei Nikolaevich, que sofria de HEMOFILIA. Os historiadores discordam sobre quando isso aconteceu: de acordo com Orlando Figes, Rasputin foi apresentado ao czar e à czarina como um curandeiro que poderia ajudar seu filho em novembro de 1905, enquanto Joseph T. Fuhrmann especulou que foi em outubro de 1906 que Rasputin foi convidado pela primeira vez a orar pela saúde de Alexei.

CURANDEIRO DE ALEXEI

Grande parte da influência de Rasputin com a família imperial decorreu da crença de Alexandra e outros de que ele havia aliviado a dor de Alexei e estancado seu sangramento em várias ocasiões. De acordo com o historiador Marc Ferro , a czarina tinha um "apego apaixonado" a Rasputin, acreditando que ele poderia curar a aflição de seu filho. Harold Shukman escreveu que Rasputin se tornou "um membro indispensável da comitiva real". Não está claro quando Rasputin soube da hemofilia de Alexei pela primeira vez, ou quando ele agiu como curandeiro pela primeira vez. Ele pode ter tido conhecimento da condição de Alexei já em outubro de 1906, e foi convocado por Alexandra para orar pelo czarevich quando ele teve uma hemorragia interna na primavera de 1907. Alexei se recuperou na manhã seguinte. A amiga de Alexandra, Anna Vyrubova, convenceu-se pouco depois de que Rasputin tinha poderes milagrosos e tornou-se uma das suas defensoras mais influentes.

Durante o verão de 1912, Alexei desenvolveu uma hemorragia na coxa e na virilha após um passeio de carruagem perto dos campos de caça imperiais em Spała, o que causou um grande hematoma. Com fortes dores e delirando de febre, o czarevich parecia estar perto da morte. Em desespero, Alexandra pediu a Vyrubova que enviasse um telegrama a Rasputin (que estava na Sibéria), pedindo-lhe que rezasse por Alexei. Rasputin respondeu rapidamente, dizendo à czarina que "Deus viu suas lágrimas e ouviu suas orações. Não se aflija. O Pequeno não morrerá. Não permita que os médicos o incomodem muito". Na manhã seguinte, a condição de Alexei não mudou, mas Alexandra foi encorajada pela mensagem e recuperou alguma esperança de que ele sobreviveria. Seu sangramento parou no dia seguinte. O Dr. SP Fedorov, um dos médicos que atenderam Alexei, admitiu que "a recuperação foi totalmente inexplicável do ponto de vista médico". Mais tarde, o Dr. Fedorov admitiu que Alexandra não poderia ser culpada por ver Rasputin como um homem milagroso: "Rasputin entrava, caminhava até o paciente, olhava para ele e cuspia. O sangramento parava em nenhum momento... Como a imperatriz poderia não confiar em Rasputin depois disso?"

O historiador Robert K. Massie chamou a recuperação de Alexei de "um dos episódios mais misteriosos de toda a lenda de Rasputin". A causa de sua recuperação não é clara: Massie especulou que a sugestão de Rasputin de não deixar os médicos perturbarem Alexei ajudou em sua recuperação, permitindo que ele descansasse e se curasse, ou que sua mensagem pode ter ajudado na recuperação de Alexei, acalmando sua mãe e reduzindo o estresse emocional do czarevich. Alexandra acreditava que Rasputin havia realizado um milagre e concluiu que ele era essencial para a sobrevivência de Alexei. Alguns escritores e historiadores, como Ferro, afirmam que Rasputin parou o sangramento de Alexei em outras ocasiões por meio de hipnose. Outros historiadores – incluindo o memorialista Pierre Gilliard, tutor de francês de Alexei – especularam que Rasputin controlou o sangramento de Alexei ao proibir a administração de aspirina , então amplamente usada para aliviar a dor, mas desconhecida como agente anticoagulante até a década de 1950.

RELACIONAMENTO COM AS CRIANÇAS IMPERIAIS

Alexei e seus irmãos também foram ensinados a ver Rasputin como "nosso amigo" e a compartilhar confidências com ele. No outono de 1907, sua tia, a Grã-Duquesa Olga Alexandrovna, foi escoltada até o berçário por Nicolau para conhecer Rasputin. Maria, suas irmãs e seu irmão Alexei estavam todos usando suas longas camisolas brancas. "Todas as crianças pareciam gostar dele", lembrou Olga Alexandrovna. "Elas estavam completamente à vontade com ele".

A amizade de Rasputin com os filhos do czar era evidente nas mensagens que lhes enviava. "Minha querida Pearl M!", escreveu Rasputin a Maria, de nove anos , num telegrama em 1908. "Conte-me como você conversou com o mar, com a natureza! Sinto falta da sua alma simples. Nos veremos em breve! Um grande beijo". Num segundo telegrama, Rasputin disse à criança: "Minha querida M! Minha pequena amiga! Que o Senhor a ajude a carregar a sua cruz com sabedoria e alegria em Cristo. Este mundo é como o dia, veja, já é noite. Assim são as preocupações do mundo.". Em fevereiro de 1909, Rasputin enviou um telegrama a todas as crianças, aconselhando-as a: "Amar toda a natureza de Deus, toda a Sua criação, em particular esta terra. A Mãe de Deus estava sempre ocupada com flores e bordados".

Uma das governantas das meninas, Sofia Ivanovna Tyutcheva, ficou horrorizada em 1910 quando Rasputin teve permissão para entrar no berçário quando as quatro meninas estavam de camisola. Tyutcheva queria que Rasputin fosse impedido de entrar no berçário. Em resposta às suas reclamações, Nicholas pediu a Rasputin que encerrasse suas visitas ao berçário. "Tenho tanto medo de que SE [Tyutcheva] possa falar... algo ruim sobre nossa amiga", escreveu Tatiana, de doze anos , à mãe em 8 de março de 1910, após implorar a Alexandra que a perdoasse por fazer algo de que não gostava. "Espero que nossa babá seja gentil com nossa amiga agora". Alexandra acabou demitindo Tyutcheva.

Tyutcheva levou sua história a outros membros da família imperial, que ficaram escandalizados com os relatos, embora os contatos de Rasputin com as crianças fossem, segundo todos os relatos, completamente inocentes. A irmã de Nicolau, a grã-duquesa Xenia Alexandrovna, ficou horrorizada com a história de Tyutcheva. Xenia escreveu em 15 de março de 1910 que não conseguia entender "... a atitude de Alix e das crianças em relação àquele sinistro Grigory (a quem consideram quase um santo, quando na verdade é apenas um khlyst!). Ele está sempre lá, vai ao quarto das crianças, visita Olga e Tatiana enquanto elas se preparam para dormir, senta-se lá conversando com elas e acariciando-as. Elas têm o cuidado de escondê-lo de Sofia Ivanovna, e as crianças não ousam falar com ela sobre ele. É tudo bastante inacreditável e incompreensível".

Outra governanta da creche alegou, na primavera de 1910, ter sido estuprada por Rasputin. Maria Ivanovna Vishnyakova havia sido inicialmente devota de Rasputin, mas depois se desiludiu com ele. Alexandra se recusou a acreditar em Vishnyakova "e disse que tudo o que Rasputin faz é sagrado". A Grã-Duquesa Olga Alexandrovna foi informada de que a alegação de Vishnyakova havia sido imediatamente investigada, mas "pegaram a jovem na cama com um cossaco da Guarda Imperial". Vishnyakova foi demitida de seu cargo em 1913.

Corria o boato na sociedade de que Rasputin havia seduzido não apenas Alexandra, mas também as quatro grã-duquesas. Rasputin havia divulgado cartas ardentes escritas para ele pela czarina e pelas grã-duquesas, que circularam pela sociedade e alimentaram os rumores. Também circularam charges pornográficas que retratavam Rasputin tendo relações sexuais com a czarina, com suas quatro filhas e Anna Vyrubova nuas ao fundo. Nicolau ordenou que Rasputin deixasse São Petersburgo por um tempo, para grande desgosto de Alexandra, e Rasputin fez uma peregrinação à Palestina.

Apesar do escândalo, a associação da família imperial com Rasputin continuou até seu assassinato em 17 de dezembro de 1916. "Nosso amigo está tão contente com nossas meninas, diz que elas passaram por 'cursos' pesados para sua idade e suas almas se desenvolveram muito", escreveu Alexandra a Nicholas em 6 de dezembro de 1916. Em suas memórias, AA Mordvinov relatou que as quatro grã-duquesas pareciam "frias e visivelmente terrivelmente chateadas" com a morte de Rasputin e sentaram-se "aconchegadas umas nas outras" em um sofá em um de seus quartos na noite em que receberam a notícia. Mordvinov relatou que as jovens estavam de mau humor e pareciam sentir a agitação política que estava prestes a ser desencadeada. Rasputin foi enterrado com um ícone assinado no verso pelas grã-duquesas e sua mãe.

CONTROVÉRSIAS

A crença da família imperial nos poderes de cura de Rasputin trouxe-lhe considerável status e poder na corte. Nicolau nomeou Rasputin seu lampadnik (acendedor de lâmpadas), encarregado de manter as lâmpadas acesas diante dos ícones religiosos no palácio, o que lhe garantiu acesso regular ao palácio e à família imperial. Em dezembro de 1906, Rasputin se tornou próximo o suficiente para pedir um favor especial ao czar: que lhe fosse permitido mudar seu sobrenome para Rasputin-Noviy (Rasputin-Novo). Nicolau atendeu ao pedido e a mudança de nome foi processada rapidamente, sugerindo que Rasputin já tinha o favor do czar naquela época. Rasputin usou sua posição com pleno efeito, aceitando subornos e favores sexuais de admiradores e trabalhando diligentemente para expandir sua influência.

Rasputin logo se tornou uma figura controversa; ele foi acusado por seus inimigos de HERESIA RELIGIOSA E ESTUPRO, era suspeito de exercer influência política indevida sobre o czar e até mesmo rumores de que estava tendo um caso com a czarina. A oposição à influência de Rasputin cresceu dentro da Igreja Ortodoxa Oriental. Em 1907, o clero local em Pokrovskoye denunciou Rasputin como herege, e o bispo de Tobolsk lançou um inquérito sobre suas atividades, acusando-o de "espalhar doutrinas falsas, semelhantes a Khlyst". Em São Petersburgo, Rasputin enfrentou oposição de críticos ainda mais proeminentes, incluindo o primeiro-ministro Pyotr Stolypin e a Okhrana, a polícia secreta do czar. Tendo ordenado uma investigação sobre as atividades de Rasputin, Stolypin confrontou Nicolau, mas não conseguiu controlar a influência de Rasputin ou exilá-lo de São Petersburgo.

Fora da corte real, Rasputin pregava que o contato físico entre ele e os outros os purificava; ele se envolvia em FESTAS DE EMBRIAGUEZ e casos extraconjugais com uma ampla gama de mulheres, de prostitutas a damas da alta sociedade. Em 1909, Khioniya Berlatskaya, uma das primeiras apoiadoras de Rasputin, acusou-o de estupro. Betlatskaya procurou ajuda de Theofan, que se convenceu de que Rasputin era um perigo para a monarquia. Multiplicaram-se os rumores de que Rasputin havia agredido seguidoras e se comportado de maneira inadequada em visitas à família imperial - e particularmente com as filhas adolescentes de Nicolau, Olga e Tatiana.

Durante este período, a Primeira Guerra Mundial, a dissolução do feudalismo e uma burocracia governamental intrometida contribuíram para o rápido declínio econômico da Rússia. Muitos colocaram a culpa em Alexandra e Rasputin. Um membro franco da Duma, o político de extrema direita Vladimir Purishkevich, declarou em novembro de 1916 que considerava os ministros do czar "transformados em marionetes, marionetes cujos fios foram firmemente tomados nas mãos por Rasputin e pela Imperatriz Alexandra Fyodorovna — o gênio maligno da Rússia e da czarina... que permaneceu alemã no trono russo e estranha ao país e ao seu povo". (A czarina havia nascido princesa alemã).

TENTATIVA DE ASSASSINATO FRACASSADA (A PARTE MAIS IMPRESSIONANTE)

Em 12 de julho [OS 29 de junho] de 1914, uma camponesa de 33 anos chamada Khioniya Guseva tentou assassinar Rasputin ESFAQUEANDO-O NO ESTÔMAGO do lado de fora de sua casa em Pokrovskoye. Rasputin ficou gravemente ferido e por um tempo não ficou claro se ele sobreviveria. Após a cirurgia e algum tempo em um hospital em Tyumen, ele se recuperou.

Guseva era seguidora de Iliodor, um ex-padre que havia apoiado Rasputin antes de denunciar suas escapadas sexuais e autoengrandecimento em dezembro de 1911. Um conservador radical e ANTISSEMITA, Iliodor fazia parte de um grupo de figuras do establishment que tentaram criar uma divisão entre Rasputin e a família imperial em 1911. Quando esse esforço falhou, Iliodor foi banido de São Petersburgo e finalmente destituído. Guseva alegou ter agido sozinha, tendo lido sobre Rasputin nos jornais e acreditando que ele era um "falso profeta e até mesmo um Anticristo".  Tanto a polícia quanto Rasputin, no entanto, acreditavam que Iliodor havia instigado a tentativa de assassinato. Iliodor fugiu do país antes de poder ser interrogado, e Guseva foi considerada inocente das suas acções por motivo de insanidade.

MORTE

Um grupo de nobres liderados por Purishkevich, o Grão-Duque Dmitri Pavlovich e o Príncipe Félix Yusupov decidiu que a influência de Rasputin sobre Alexandra ameaçava o Império Russo. Eles elaboraram um plano em dezembro de 1916 para matar Rasputin, aparentemente atraindo-o para o Palácio Moika dos Yusupov.

Rasputin foi assassinado na madrugada de 30 de dezembro [OS 17 de dezembro] de 1916 na casa do Príncipe Yusupov. Ele morreu com três ferimentos de bala, um dos quais à queima-roupa na testa. Pouco se sabe sobre sua morte além disso, e as circunstâncias de sua morte têm sido objeto de considerável especulação. De acordo com Smith, "o que realmente aconteceu na casa de Yusupov em 17 de dezembro nunca será conhecido". A história que Yusupov contou em suas memórias, no entanto, tornou-se a versão mais frequentemente contada dos eventos.

De acordo com o relato de Yusupov, Rasputin foi convidado ao seu palácio pouco depois da meia-noite e conduzido ao porão. Yusupov ofereceu chá e bolos que haviam sido misturados com CIANETO. Depois de inicialmente recusar os bolos, Rasputin começou a comê-los e, para surpresa de Yusupov, NÃO pareceu AFETADO PELO VENENO. Rasputin então pediu um pouco de vinho Madeira (que também havia sido envenenado) e bebeu três copos, mas ainda NÃO DEMONSTROU nenhum sinal de angústia. Por volta das 2h30, Yusupov pediu licença para subir as escadas, onde seus companheiros conspiradores estavam esperando. Ele pegou um revólver de Pavlovich, voltou ao porão e disse a Rasputin que era "melhor olhar para o crucifixo e fazer uma oração", referindo-se a um crucifixo na sala, e então atirou nele uma vez no peito. Os conspiradores então dirigiram até o apartamento de Rasputin, com Sukhotin vestindo o casaco e o chapéu de Rasputin, numa tentativa de fazer parecer que Rasputin havia retornado para casa naquela noite. Ao retornar ao seu palácio, Yusupov voltou ao porão para garantir que Rasputin estava morto. De repente, Rasputin saltou e atacou Yusupov, que se libertou com algum esforço e fugiu escada acima. Rasputin seguiu Yusupov até o pátio do palácio, onde foi baleado por Purishkevich. Ele desabou em um banco de neve. Os conspiradores então envolveram seu corpo em um pano, o levaram até a Ponte Petrovsky e o jogaram no rio Little Nevka.

Em uma alegação infundada, a Grã-Duquesa Tatiana, que anteriormente foi acusada de ter sido estuprada por Rasputin, estava presente no local do assassinato de Rasputin, "disfarçada de tenente dos Chevaliers-Gardes, para que pudesse se vingar de Rasputin que tentou violá-la". Maurice Paléologue, o embaixador francês na Rússia, escreveu que Tatiana supostamente testemunhou a castração de Rasputin, mas duvidou da credibilidade do boato.

Em uma análise moderna da morte de Rasputin, publicada no centenário do evento, a Dra. Carolyn Harris, da Universidade de Toronto, observa que as circunstâncias reais foram aparentemente menos dramáticas do que o relato de Yusupov. A filha de Rasputin registrou que seu pai não gostava de doces e não teria comido os bolos supostamente envenenados. O relato da autópsia feito pelo cirurgião responsável não contém registros de envenenamento ou afogamento, mas simplesmente registra a morte por um único tiro disparado na cabeça à queima-roupa.

CONSEQUÊNCIAS

A notícia do assassinato de Rasputin espalhou-se rapidamente, mesmo antes de seu corpo ser encontrado. De acordo com Smith, Purishkevich falou abertamente sobre o assassinato a dois soldados e a um policial que investigava relatos de tiros logo após o ocorrido, mas os incentivou a não contar a ninguém. Uma investigação foi iniciada na manhã seguinte. O Stock Exchange Gazette publicou uma reportagem sobre a morte de Rasputin "após uma festa em uma das casas mais aristocráticas do centro da cidade" na tarde de 30 de dezembro [ OS 17 de dezembro] de 1916.

Depois que dois trabalhadores descobriram sangue no corrimão da Ponte Petrovsky e uma bota no gelo abaixo, a polícia começou a vasculhar a área. O corpo de Rasputin foi encontrado sob o gelo do rio em 1º de janeiro (OS 19 de dezembro) aproximadamente 200 metros rio abaixo da ponte. Dmitry Kosorotov, cirurgião sênior de autópsia da cidade, examinou o corpo. O relatório de Kosorotov foi perdido, mas ele afirmou mais tarde que o corpo de Rasputin apresentava sinais de trauma grave, incluindo três ferimentos de bala (um à queima-roupa na testa), um ferimento de corte no lado esquerdo e outros ferimentos, muitos dos quais Kosorotov sentiu que haviam sido sofridos post-mortem. Kosorotov encontrou uma única bala no corpo de Rasputin, mas afirmou que estava muito deformada e de um tipo muito amplamente usado para rastrear. Ele não encontrou nenhuma evidência de que Rasputin tivesse sido envenenado. De acordo com Smith e Fuhrmann, Kosorotov não encontrou água nos pulmões de Rasputin e os relatos de que Rasputin havia sido jogado vivo na água estavam incorretos. Alguns relatos posteriores afirmaram que o pênis de Rasputin havia sido cortado, mas Kosorotov encontrou seus genitais intactos.

Rasputin foi enterrado em 2 de janeiro (OS 21 de dezembro) em uma pequena igreja que Vyrubova estava construindo em Tsarskoye Selo. O funeral contou com a presença apenas da família imperial e alguns de seus íntimos. A esposa, amante e filhos de Rasputin não foram convidados, embora suas filhas tenham se encontrado com a família imperial na casa de Vyrubova mais tarde naquele dia. A família imperial planejou construir uma igreja sobre o túmulo de Rasputin. No entanto, seu corpo foi exumado e queimado por um destacamento de soldados sob as ordens de Alexander Kerensky logo após Nicolau abdicar do trono em março de 1917, para que seu túmulo não se tornasse um ponto de encontro para os apoiadores do antigo regime.

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Post nº 387 ✓

domingo, 15 de junho de 2025

CÚMULO-NIMBO (NUVEM DENSA NA VERTICAL)

Nuvem cumulonimbus localizada sobre a região de Spessart Oriental (Baviera), capturada a oeste de Kleineicholzheim (Baden-Württemberg) a uma distância de aproximadamente 70 quilômetros ao sul; 7 de junho de 2023, 20:50:58.

  • ABREVIAÇÃO: Cb
  • GÊNERO: Cumulonimbus (montanha, chuva)
  • ESPÉCIES: Calvo e Capillatus
  • VARIEDADE: Nenhuma
  • ALTITUDE: 500–16.000 m (2.000–52.000 pés)
  • CLASSIFICAÇÃO: Família D (Desenvolvida verticalmente)
  • APARÊNCIA: Nuvem de tempestade de base escura capaz de crescimento vertical impressionante.
  • PRECIPITAÇÃO: Chuva muito comum, neve, pelotas de neve ou granizo, às vezes forte
Um cúmulo-nimbo (do latim: Cumulonimbus; cumulus, "inchaço" e nimbus, "nuvem") é uma nuvem densa, imponente e vertical, tipicamente formada a partir da condensação de vapor d'água na troposfera inferior, que se eleva, carregado por poderosas correntes de ar flutuantes. Acima das porções inferiores do cumulonimbus, o vapor d'água se transforma em cristais de gelo, como neve e granizo, cuja interação pode levar à formação de pelotas de neve e raios, respectivamente.

Ao causar tempestades, essas nuvens podem ser chamadas de nuvens de tempestade . As nuvens cúmulos-nimbos podem se formar sozinhas, em grupos ou ao longo de linhas de tempestade. Essas nuvens são capazes de produzir raios e outras condições meteorológicas severas e perigosas, como tornados, ventos fortes e grandes pedras de granizo. As nuvens cúmulos-nimbos progridem de nuvens cúmulos-congestos superdesenvolvidas e podem se desenvolver posteriormente como parte de uma supercélula.
DESCRIÇÃO 

Nuvem (cumulonimbus calvus) sobre uma paisagem típica de El Bajío em Guanajuato, México. Foto Tirada em 6 de outubro de 2018, 12:42:58.
Nuvens cumulonimbus imponentes são normalmente acompanhadas por nuvens cumulus menores. A base do cumulonimbus pode se estender por vários quilômetros (milhas) de largura, ou ser tão pequena quanto várias dezenas de metros (jardas) de largura, e ocupar altitudes baixas a altas dentro da troposfera - formadas em altitudes de aproximadamente 200 a 4.000 m (700 a 10.000 pés). Picos normais geralmente chegam a 12.000 m (39.000 pés), com picos excepcionalmente altos tipicamente atingindo o topo em torno de 20.000 m (66.000 pés) e casos extremos alegam atingir até 21.000 m (69.000 pés) ou mais. Nuvens cumulonimbus bem desenvolvidas são caracterizadas por um topo plano em forma de bigorna (cúpula de bigorna), causado por cisalhamento do vento ou inversão no nível de equilíbrio próximo à tropopausa. A plataforma da bigorna pode preceder a componente vertical da nuvem principal por muitos quilômetros (milhas) e ser acompanhada por raios. Ocasionalmente, parcelas de ar ascendentes ultrapassam o nível de equilíbrio (devido ao momentum) e formam um topo de sobreposição que culmina no nível máximo da parcela. Quando desenvolvida verticalmente, esta maior de todas as nuvens geralmente se estende por todas as três regiões de nuvens. Mesmo a menor nuvem cumulonimbus ofusca suas vizinhas em comparação.

ESPÉCIES

Cumulonimbus calvus: Cumulonimbus calvus é uma nuvem cumulonimbus moderadamente alta que é capaz de precipitação, mas ainda não atingiu a tropopausa, que é a altura da estabilidade estratosférica na qual o cumulonimbus se forma em cumulonimbus capillatus (topo fibroso) ou cumulonimbus incus (topo bigorna). O cumulonimbus calvus se desenvolve a partir do cumulus congestus, e seu desenvolvimento posterior, sob condições auspiciosas, resultará no cumulonimbus incus.

Esta nuvem é composta principalmente por gotículas de água. Por definição, uma nuvem cumulonimbus tem gotículas de água em seu topo que se transformam em cristais de gelo. Já a nuvem cumulonimbus calvus, com escassos cristais de gelo e polares em estágio inicial, apresenta topos ainda arredondados e inchados.


Cúmulo-nimbo calvo. Foto tirada em 12 de janeiro de 2007.

Perigos: Assim como outras nuvens cumulonimbus, o cumulonimbus calvus pode causar condições climáticas severas, incluindo:

  1. Relâmpagos; essas nuvens podem produzir relâmpagos.
  2. Vento; essas nuvens podem produzir ventos fortes, especialmente durante uma rajada descendente.
  3. Granizo; essas nuvens às vezes podem produzir granizo.
  4. Tromba de terra; Nuvens cumulonimbus calvus podem, em raras ocasiões, produzir um tipo único de tornado conhecido como tromba de terra. As trombas de terra são formadas quando uma forte rotação do nível do solo é capturada pela corrente ascendente da tempestade, puxando-a para cima e conectando-a às nuvens acima, resultando na rotação se tornando um verdadeiro tornado.
O calvus cumulonimbus pode crescer ainda mais se a corrente ascendente for forte. Ele pode se transformar em uma bigorna cumulonimbus e trazer tempestades mais severas, que podem causar raios constantes entre nuvens e o solo, danos extensos causados pelo vento, microrrajadas, granizo e, ocasionalmente, um tornado.

Cumulonimbus capillatus: Uma cúmulo-nimbo capilar é uma nuvem cúmulo-nimbo com densas nuvens cirros acima dela, fazendo com que o topo da nuvem pareça conter estruturas semelhantes a cabelos. O nome vem do latim capillatus , que significa "com cabelo".

Perigos: Uma nuvem cumulonimbus capillatus é uma nuvem cumulonimbus madura e poderosa que pode produzir vários eventos climáticos severos.
  1. Relâmpagos; esta é uma forte nuvem de tempestade e é capaz de produzir rajadas de raios de nuvem para o solo e de nuvem para nuvem.
  2. Granizo; granizo pode cair desta nuvem se ela estiver em um ambiente altamente instável (o que favorece uma corrente ascendente de tempestade mais vigorosa ).
  3. Chuva forte; a nuvem pode despejar vários centímetros de chuva em um curto espaço de tempo. Isso pode causar inundações repentinas.
  4. Ventos fortes ; ventos com força de vendaval provenientes de uma rajada descendente podem ocorrer sob esta nuvem.
  5. Podem ocorrer tornados de forte a fraco.
Um capillatus superior com bordas fibrosas e cúmulos nimbos claramente desenvolvido. Foto tirada em 13 de janeiro de 2014.

TIPOS

Cumulonimbus flammagenitus (pirocumulonimbus): nuvem de crescimento rápido formada a partir de fontes não atmosféricas de calor e núcleos de condensação, como incêndios florestais e erupções vulcânicas.

RECURSOS SUPLEMENTARES

Nuvens acessórias:
  1. Arcus (incluindo nuvens de rolo e de plataforma): formação de nuvens baixas e horizontais associadas à borda de ataque do fluxo de tempestades.
  2. Pannus: acompanhado por uma camada inferior de nuvens de espécies fractus que se formam na precipitação.
  3. Pileus (apenas espécie calvus): pequena nuvem em forma de capa sobre o cúmulo-nimbo parental.
  4. Velum: uma fina folha horizontal que se forma no meio de um cumulonimbus.

Recursos suplementares: 
  1. Bigorna (apenas espécie capillatus): cúmulo-nimbo com topo cirriforme plano em forma de bigorna, causado pelo cisalhamento do vento onde as correntes de ar ascendentes atingem a camada de inversão na tropopausa.
  2. Mamma ou mammatus: constituído por saliências em forma de bolhas na parte inferior.
  3. Tuba: coluna suspensa na base da nuvem que pode evoluir para um funil ou tornado. São conhecidas por caírem muito baixo, às vezes a apenas 6 metros (20 pés) acima do nível do solo.
  4. Linha de flanqueamento é uma linha de pequenos cúmulos ou cumulonimbus geralmente associados a tempestades severas.
  5. Um topo de overshooting é uma cúpula que se eleva acima da tempestade; está associado ao clima severo.
Recursos suplementares baseados em precipitação:
  1. Chuva: precipitação que atinge o solo na forma líquida, geralmente em um poço de precipitação.
  2. Virga: precipitação que evapora antes de atingir o solo.

CICLO

Em geral, os cúmulos-nimbos requerem umidade, uma massa de ar instável e uma força de sustentação para se formar. Os cúmulos-nimbos normalmente passam por três estágios: o estágio de desenvolvimento, o estágio maduro (onde a nuvem principal pode atingir o status de supercélula em condições favoráveis) e o estágio de dissipação. A tempestade média tem um diâmetro de 24 km (15 mi) e uma altura de aproximadamente 12,2 km (40.000 pés). Dependendo das condições presentes na atmosfera, esses três estágios levam em média 30 minutos para passar.

Diagrama dos materiais de treinamento do Serviço Meteorológico Nacional da NOAA mostrando a formação e a dissipação de uma tempestade feira em 7 de junho de 2010, 02:37 (UTC).

EFEITOS

As células de tempestade cumulonimbus podem produzir chuvas torrenciais de natureza convectiva (frequentemente na forma de um poço de chuva) e inundações repentinas , bem como ventos em linha reta. A maioria das células de tempestade morre após cerca de 20 minutos, quando a precipitação causa mais corrente descendente do que ascendente, fazendo com que a energia se dissipe. Se houver instabilidade e umidade suficientes na atmosfera, no entanto (em um dia quente de verão, por exemplo), a umidade e as rajadas de saída de uma célula de tempestade podem levar à formação de novas células a poucos quilômetros (milhas) da anterior, algumas dezenas de minutos depois ou, em alguns casos, centenas de quilômetros (milhas) de distância, muitas horas depois. Esse processo faz com que a formação (e decadência) de tempestades dure várias horas ou até mesmo vários dias. As nuvens cumulonimbus também podem ocorrer como tempestades de inverno perigosas chamadas "nevasca", que estão associadas a taxas de queda de neve particularmente intensas e a condições de nevasca quando acompanhadas por ventos fortes que reduzem ainda mais a visibilidade. No entanto, as nuvens cumulonimbus são mais comuns em regiões tropicais e também são frequentes em ambientes úmidos durante a estação quente nas latitudes médias. Uma tempestade de poeira causada por uma explosão descendente de cumulonimbus é um haboob.

Aviação: Cumulonimbus são um perigo notável para a aviação principalmente devido às fortes correntes de vento, mas também à visibilidade reduzida e aos raios, bem como à formação de gelo atmosférico e granizo se voar dentro da nuvem. Dentro e nas proximidades de tempestades há turbulência significativa e turbulência de ar limpo (particularmente a favor do vento), respectivamente. O cisalhamento do vento dentro e sob um cumulonimbus é frequentemente intenso, com downbursts sendo responsáveis por muitos acidentes nas primeiras décadas, antes que o treinamento e a detecção tecnológica e as medidas de previsão fossem implementadas. Uma pequena forma de downburst, a microburst, é a mais frequentemente implicada em acidentes devido ao seu rápido início e às rápidas mudanças nas condições de vento e aerodinâmicas em curtas distâncias. A maioria dos downbursts está associada a poços de precipitação visíveis; no entanto, microbursts secos são geralmente invisíveis a olho nu. Pelo menos um acidente fatal de avião comercial foi associado a voar através de um tornado.

Nuvens cumulonimbus são nuvens com grande desenvolvimento vertical. Seu cume pode atingir 12 km de altitude. Um píleo é uma nuvem horizontal que pode aparecer acima de um cúmulo-nimbo. Vista aérea tirada de um avião da Iberia sobrevoando o Brasil, na região Centro-Oeste do Brasil, no norte do estado de Goiás, próximo ao sul do estado do Tocantins. Foto de Carlos Teixidor Cadenas tirada em 20 de abril de 2024, 14:42:49.

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Post nº 386 ✓

ZÉ CARIOCA (PERSONAGEM DE DESENHO ANIMADO)

Nome Completo/Original:  José Carioca Data de Nascimento:  24 de agosto de 1942 Local de Nascimento:  Rio de Janeiro, Brasil Espécie: Papaga...