Postagens mais visitadas

sexta-feira, 2 de maio de 2025

CAICÓ (CIDADE BRASILEIRA DO RIO GRANDE DO NORTE)

Bandeira do município de Caicó (Rio Grande del Norte). "Seu desenho consiste em um retângulo dividido diagonalmente em duas partes iguais por uma linha que vai do canto superior esquerdo (lado do mastro) ao canto inferior direito. O campo inferior esquerdo é amarelo, enquanto o superior direito é verde. No centro da bandeira está o brasão municipal."

  • COORDENADAS: 6° 27′ 28″ S, 37° 05′ 52″ O
  • PAÍS: Brasil
  • UNIDADE FEDERATIVA: Rio Grande do Norte
  • MUNICÍPIOS LIMÍTROFES:
  • PADROEIRO(A): Sant'Ana, Mãe de Maria
  • DISTÂNCIA ATÉ A CAPITAL:
    • federal: 2.195 km
    • estadual: 267 km
  • FUNDAÇÃO: 1788
  • GENTÍLICO: caicoense
  • CEP: 59300-000 a 59300-999
  • ÁREA TOTAL: 1.228,583 km²
  • POPULAÇÃO TOTAL (EST. IBGE/2024): 63.339 hab.
  • POSIÇÃO: RN: 8º
  • DENSIDADE: 51,6 hab./km²
  • CLIMA: Semiárido (Bsh)
  • ALTITUDE: 208 m
  • FUSO HORÁRIO: Hora de Brasília (UTC−3)
  • IDH (PNUD/2010): 0,710 — alto
  • Posição: RN: 4°
  • PIB (IBGE/2021): R$ 1.394 849,17 mil
  • PIB per capita (IBGE/2021): R$ 20.295,80


Caicó é um município brasileiro pertencente ao estado do Rio Grande do Norte. Principal cidade da região do Seridó, localiza-se na zona central do estado, distante 267 km da capital estadual, Natal. Seu território ocupa uma área de 1.228,583 km², o equivalente a 2,33% da superfície estadual, posicionando-o como o quinto município com maior extensão do Rio Grande do Norte. Sua população em 2024, de acordo com estimativas do IBGE, era de 63 339 habitantes, o que a coloca como a oitava cidade mais populosa do estado, sendo a segunda mais populosa do interior do Rio Grande do Norte, com uma densidade populacional de 51,6 habitantes por quilômetro quadrado.

Conhecido centro pecuarista e algodoeiro, Caicó apresenta o quinto maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do interior e semiárido nordestino. Alcançando um dos maiores índice de longevidade do Rio Grande do Norte. O município ainda se destaca por possuir o menor índice de exclusão social do estado segundo o IBGE, o quinto menor índice de vulnerabilidade social do Nordeste, além do maior índice de prosperidade social da região segundo o IPEA.

ETIMOLOGIA

Existem várias versões sobre a origem e adoção do nome do município de "Caicó". Uma teoria é que o topônimo municipal deriva da tribo indígena que povoava a região na época da chegada dos desbravadores - Os Caicós da família indígena dos Cariris. Segundo alguns indianistas a palavra significaria "macaco esfolado" e seria alcunha dada à tribo local por outra, sua inimiga. No dicionário da língua tupi, Lemos Barbosa diz que a palavra Caicó deriva da língua cariri e que significa "mato ralo", em referência ao aspecto da natureza física regional.

Segundo o pesquisador caicoense Olavo de Medeiros Filho (1934-2005), o topônimo vinha de uma ave agourenta, comedora de cobras e que havia em abundância no curso d'água que passava próximo a casa-forte do cuó, chamado rio Acauã. Os topônimos "acauã" e "cuó" seriam sinônimos, sendo a primeira forma em tupi e a segunda em tarairiú e ambas as formas designavam o pássaro que dava nome ao rio e à região. Considerando a partícula "quei" como sendo "rio", rio Acauã seria o mesmo que "Queicuó", posteriormente Caicó.

Outra versão é defendida por Câmara Cascudo, que refere sua gênese a partir dos termos "Acauã" e "Cuó", que servem à designação de acidentes geográficos (rio e serra, respectivamente). "Acauã" pertence à língua Tupi e "Cuó", ao dialeto dos tapuias e tarairius. Tais tribos ainda identificavam o rio pelo termo "quei", o que sugere que Caicó seja uma corruptela de "Queicuó", o mesmo que rio do Cuó.

Versão lendária:

“Quando o sertão era virgem, a tribo dos "Caicós", célebre por sua ferocidade e que se julgava invencível porque Tupã vivia ali, encarnado num touro bravio que habitava um intrincado mofumbal, existente no local onde hoje está situada a cidade. A tribo foi destroçada, mas o misterioso mofumbal, morada de um deus selvagem, permaneceu intacto. Certo dia, um vaqueiro inexperiente penetrou no mofumbal, vendo-se, de repente, atacado pelo touro sagrado. O vaqueiro, no entanto, lembrou-se de fazer voto a Senhora Sant’Ana de construir uma Capela ali, se a Santa o livrasse a tempo do perigo. Milagrosamente o touro desapareceu e o vaqueiro, tão logo possível, desmatou a área e iniciou a construção da capela”.

Poço de Santana, fonte de água onde segundo a lenda se originou a cidade. Foto tirada em 25 de outubro de 2013, 08:37:31.



HISTÓRIA

Pré-história: Entre o fim do Pleistoceno e início do Holoceno, começaram a ser ocupadas áreas por grupos de caçadores que se estabeleceram próximo aos rios e fontes d’água, adaptando-se, assim, às árduas condições dos sertões. As mais antigas datações radiocarbônicas de enterramentos humanos da região do Seridó são de aproximadamente 10 mil anos atrás, encontrada no município de Parelhas. Nessa época, os grupos humanos coabitavam com espécimes hoje extintas de megafauna, como tigres dentes-de-sabre, mastodontes, paleolamas, preguiças gigantes e tatus gigantes.

As pinturas rupestres encontradas na região são agrupadas em uma subtradição, que é a representação visual de um universo simbólico primitivo, não necessariamente pertençam aos mesmos grupos étnicos podendo estar separados por cronologias distantes; sendo chamada de subtradição Seridó, caracterizada por figuras de pirogas (embarcações rudimentares), objetos e ornamentos corporais e representação de plantas, dando ideia de paisagem. São constantes ainda temas como a caça, envolvendo animais como veados, emas, tucanos, onças, araras e capivaras; dança ritual em torno de árvore e o lúdico, na forma de “jogos”. A sociedade da Subtradição Seridó era estritamente hierárquica, caracterizada pelas representações de antropomorfos com cocares sobre a cabeça, identificadores de sua alta posição social.

Hoje ainda são encontradas na região figuras da Tradição Itaquatiara ou Itaquatiaras, aparecendo em blocos ou rochas ao lado dos cursos d’água, nelas aparecem, comumente, grafismos puros e sinais como tridígitos, círculos, linhas e quadrados, como os encontrados no sítio arqueológico da Gruta da Caridade. Tais registros reforça a hipótese de que o seu território foi povoado por diversas levas de povos pré-históricos, em diferentes épocas. Esse povoamento, feito através de diferentes grupos humanos, deu origem às tribos indígenas.

Colonização e povoamento: A região da Ribeira do Seridó era habitada pelos índios cariris e tarairiús, divididos em cinco grandes grupos: canindés, cariris, jenipapos, sucurus e pegas. O primeiro contato e tentativa de colonização se deu pelos flamengos, no entanto, não obteve sucesso devido à Guerra dos Bárbaros ou Confederação Cariri.

Em 1687, chega às terras o coronel Antônio de Albuquerque da Câmara, para combater os gentios, usando a Casa Forte do Cuó como base militar. No entanto o ambiente continuava tenso, a ponto do então governador-geral do Brasil, Matias da Cunha em 1688, convocar os serviços do bandeirante Domingos Jorge Velho, que combateu vindo a prender o cacique Canindé, que em 1692 firmou um acordo de paz com os portugueses.

O povoamento se deu inicialmente por paraibanos e pernambucanos à procura de terras para criação de gado, uma vez que a Carta Régia de 1701 proibia o criatório de gado a menos de 10 léguas do litoral para não interferir na produção de cana-de-açúcar. Foram concedidas sesmarias como recompensa por feitios militares, como a expulsão dos holandeses e para padres, com a construção da capela em honra a Sant'Ana em 1695. Já em 1700 se deu a fundação do Arraial de Queiquó, por Manuel de Souza Forte. No entanto as primeiras famílias a se instalarem plenamente se deu a partir de 1720, por portugueses vindos principalmente do norte de Portugal e Açores.

Em 7 de julho de 1735, o arraial foi elevado a condição de "Povoado de Caicó". No intuito de interiorizar o povoamento do nordeste, o Marquês de Pombal elevou à condição de Vila, batizando-a de Vila Nova do Príncipe, em homenagem ao então príncipe e futuro rei Dom João VI. Tornando-se assim sede da Freguesia da Gloriosa Senhora Sant'Ana do Seridó, desmembrada em 1748 da Freguesia de Nossa Senhora do Bom Sucesso de Piancó, atual cidade de Pombal, no estado da Paraíba. E aos 15 de dezembro de 1868 o governador da Província, Manuel José Marinho, assinou a Lei Provincial n.o 612, elevando a mesma à categoria de cidade com o nome de “Cidade do Príncipe”. Até que, em 1890, o Governo Provisório alterou o nome para "Cidade do Seridó". Tal decreto revogado em 7 de julho do mesmo ano, alteraria o nome da cidade para Caicó, nome indígena pelo qual era conhecida desde a fundação. A adoção do nome Caicó se deu com objetivo de expurgar as marcas do Império presentes na terminologia "Cidade do Príncipe", estando inserida no contexto da nova política nacional republicana.

Demarcação do território e integração ao Rio Grande do Norte:

  • Acari: 11 de abril de 1835
  • Serra Negra do Norte: 3 de agosto de 1874
  • Timbaúba dos Batistas: 10 de maio de 1948
  • Jardim de Piranhas: 23 de dezembro de 1948
  • São Fernando: 31 de dezembro de 1948
Em 1735, a elevação do arraial do Queiquó a povoação e, posteriormente, a sede de freguesia, provocariam uma crise com a província da Paraíba, devido aos limites do território seridoense reivindicado por ambas as províncias. Caicó, judicial e religiosamente, pertencia à comarca e à freguesia de Nossa Senhora do Bonsucesso do Piancó, atualmente cidade de Pombal, no sertão da Paraíba. A disputa pelos limites administrativos entre as duas províncias decorria, em parte, pela ausência de autonomia do Rio Grande. A capitania esteve subordinada juridicamente à Paraíba até 1818, quando foi criada a Comarca de Natal.

A interação do sertão com a sede política da Capitania e da Província do Rio Grande foi escassa na Colônia e no Império, no entanto, em 1812, com a formação das Juntas Constitucionais das capitanias por ordem das Cortes de Lisboa, ocorreu a nomeação de dois seridoenses para a Junta Constitucional Provisória da capitania do Rio Grande: o acariense Capitão-mor Manuel de Medeiros Rocha, sendo sucedido pelo Padre Francisco de Brito Guerra, vigário do Príncipe (Caicó), que assumiu sua primeira legislatura, como deputado geral, entre os anos de 1831 e 1833 e foi senador vitalício do Império em 1837.

O Padre Brito Guerra procurando objetivar os limites da Vila Nova do Príncipe propôs ao Senado a demarcação do território da vila, representando o interesse potiguar. Seu projeto foi ratificado pelo Decreto de 25 de outubro de 1831. Três anos após o decreto publicado, a insatisfação paraibana permanecia. Em 1834, a Assembleia Provincial paraibana, em conjunto com a Câmara da Vila de Patos, representavam à Câmara Nacional, solicitando a revogação do decreto de 1831. No mesmo ano em que a Paraíba formalizou seu protesto, a Assembleia do Rio Grande do Norte enviou sua representação "contra as pretensões da Província da Paraíba, que trabalha por destruir a lei de 25 de outubro de 1831.

Ocorreram abaixo-assinados remetidos pelos "juízes de paz, inspetores, guardas nacionais e proprietários", enviados pelas câmaras das Vilas de Acari e Príncipe - onde se mostravam "contentes em pertencer à Província do Rio Grande do Norte"-, percebemos que os móveis do descontentamento respondiam pela Freguesia de Patos e pelas pretensões da Vila de Pombal. Os limites de Caicó estavam estabelecidos, então delimitou-se a enquadrar-se seu espaço no território do Rio Grande do Norte.

Ciclo do algodão: No final do século XIX, popularizou-se o plantio de algodão nas terras do Seridó, que até então era dominado pela pecuária. Caicó, assim como toda a região do Seridó, se orgulhava em produzir uma das melhores variedades de algodão do mundo, o algodão Mocó ou algodão Seridó, variedade que resistia às secas e fornecia capuchos de fibras longas, resistentes, de brancura única e poucas sementes.

O algodão seridoense abastecia inicialmente as indústrias têxteis da Inglaterra, que, até esse momento, se abastecia do algodão estadunidense, mas que, por motivo da independência estadunidense, teve seu fornecimento bloqueado. Foi, então, preciso buscar matéria-prima em outros locais. Quando a Inglaterra retomou o comércio com os Estados Unidos, o algodão seridoense ficou em segundo plano, mas a produção já tinha destino substitutivo: as indústrias paulistas que começavam a surgir.[26]

Em 1905, o algodão superou o status do açúcar no estado, que, com o crescimento econômico, fez surgir políticos seridoenses, assim como uma elite agrária local. Ao assegurarem o controle político do estado, buscou-se realizar as melhorias adequadas para o cultivo e escoamento do algodão. Em 1924, foi criado o Departamento de Agricultura, posteriormente o Serviço Estadual do Algodão (1924) e o Serviço de Classificação do Algodão (1927), além de outras melhorias como a construção de rodovias ligando o Seridó à capital.

Mas em meados de 1918, os paulistas começam a investir em sua produção própria, após uma geada que destruiu as plantações de café e gradativamente deixaram de comprar o algodão seridoense; aliados a falta de investimentos em tecnologia, secas prolongadas e a inserção de pragas, como o bicudo que dizimou vastos algodoais, iniciou-se então a decadência do ciclo algodoeiro.

Com interesses políticos, Assis Chateaubriand se uniu a grupos de indústrias têxteis nacionais, como a Fábrica de Tecidos Bangu e a Companhia de Tecidos Rio Tinto, no intuito de levar o algodão do Seridó para alta costura, entrou em contato e patrocinou visitas ao Brasil de estilistas europeus, como Jacques Fath, Marcel Rochas e Elsa Schiaparelli. Jacques Fath apresentou uma coleção com 25 peças confeccionadas com Algodão Seridó na França, em sua mansão em Coberville em 3 de agosto de 1952.

Visita a Caicó do candidato a Presidente da República Juscelino Kubitschek em 1955.



Mesmo com essa situação de decadência, foi em Caicó no ano de 1984, que se deu o primeiro registro da colheita de algodão de fibra colorida, dando a partir daí todo o processo de melhoramento genético dessa linhagem.

Período republicano: Caicó foi uma das cidades pioneiras a lutar pela instalação da República, sendo a primeira do Rio Grande do Norte a possuir um núcleo republicano organizado chamado "Centro Republicano Seridoense", fundado em 1886 por Janúncio da Nóbrega. Com o Período Republicano e a cotonicultura, a cidade viveu um momento de rápido desenvolvimento com o deslocamento do centro político e econômico do estado da região litorânea (açúcar-têxtil) para o Seridó (algodão-pecuária), e com isso derrubar a Oligarquia Maranhão, que dominava o estado desde 1892.

Quando em 1923, o então presidente Artur Bernardes conduziu o caicoense José Augusto Bezerra de Medeiros para o governo do estado, abrindo caminho para outros seridoenses, como Juvenal Lamartine e Dinarte Mariz. Nessa época, Caicó viveu uma fase de intenso desenvolvimento e modernização, com a melhoria de sua infraestrutura, através da construção da ponte sobre o rio Seridó, instalação de telégrafo e rede telefônica, asfaltamento de rodovias, construção de aeródromo, "Grande Hotel", cinemas, hospital e colégios. Através de políticas higienistas sanitárias, se deu a ampliação da rede de abastecimento e saneamento, além da criação de um código de uso e ocupação do solo urbano.

GEOGRAFIA

O município de Caicó está localizado a 282 km de Natal, capital estadual, e é o sexto maior município do Rio Grande do Norte em área territorial, com 1 228,583 km².[3] Limita-se a norte com os municípios de Jucurutu e Florânia; a sul São João do Sabugi e o estado da Paraíba (Várzea); a leste São José do Seridó, Cruzeta, Jardim do Seridó e Ouro Branco e a oeste Timbaúba dos Batistas, São Fernando e Serra Negra do Norte.

De acordo com a divisão do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística vigente desde 2017, o município pertence às regiões geográficas intermediária e imediata de Caicó. Até então, com a vigência das divisões em microrregiões e mesorregiões, o município fazia parte da microrregião do Seridó Ocidental, que por sua vez estava incluída na mesorregião Central Potiguar.

Sua altitude varia de cem a duzentos metros. A sede do município se localiza na depressão Sertaneja, terrenos baixos situados entre as partes altas do planalto da Borborema e da chapada do Apodi. As serras e picos mais altos do município pertencem ao planalto da Borborema. Tais picos são conhecidos por campos de inselbergs, originários de processos tectônicos remotos e pela erosão diferencial em função das propriedades das rochas que a compõe. O ponto mais elevado do município é um inselberg conhecido como Serra de São Bernardo, exibindo 638 metros de altitude.[35] Segundo o conceituado geógrafo Aziz Ab'Saber, tais formações formam a área que apresenta as mais bizarras e rústicas paisagens morfológicas e fitogeográficas do Brasil.[36]

O solo predominante é o bruno não cálcico vértico, de fertilidade natural alta, textura arenosa/argilosa e média/argilosa, moderadamente drenado com relevo suave e ondulado. Como ocorrências minerais, encontram-se: barita, calcário, talco, ouro e tungstênio; também há existência de recursos minerais associados como rochas ornamentais,especialmente: migmatitos, brita, rocha dimensionada, mármore e gnaisse.[37]

A vegetação característica da área é a de Caatinga, de transição entre a Caatinga Hiperxerófila e Caatinga Subdesértica. Suas folhas caem durante o período seco e renascem após as primeiras chuvas.[38][39] Trata-se da vegetação mais seca do Rio Grande do Norte, cujos componentes predominantes são cactos, árvores e arbustos dotados de microfilia, com um estrato herbáceo efêmero de rápida floração no período chuvoso.[40] Segundo o Plano Nacional de Combate a Desertificação, Caicó está inserido em área susceptível à desertificação em categoria "Muito Grave".

O município encontra-se totalmente inserido nos domínios da bacia hidrográfica do rio Piranhas-Açu e ébanhado pelos rios Seridó, que nasce na Serra dos Cariris, na Paraíba; Rio Sabugi, que nasce na Serra dos Teixeiras, na Paraíba; e Barra Nova, que nasce na Serra do Equador, em Parelhas, no RN. Todos os cursos d'água encontrados no município são de natureza intermitente. Ainda existe uma concentração de pequenas lagoas e açudes de pequeno e grande porte, sendo os mais importantes o Açude Itans com capacidade para 81.750.000 m³ de água, a Barragem Passagem das Traíras com capacidade para 49.702.393,65 m³, a Barragem das Carnaúbas com capacidade para 30.000.000 m³ e o Açude Mundo Novo da EMPARN, com capacidade para 3.000.000§m³.

Caicó possui clima semiárido (do tipo Bsh na classificação climática de Köppen-Geiger),[43] apresentando temperaturas elevadas durante todo o ano e chuvas concentradas entre os meses de janeiro a maio. As precipitações ocorrem sob a forma de chuva e, mais raramente, de granizo.[44] O tempo de insolação é de aproximadamente 2 800 horas/ano,[45] de acordo com a estação meteorológica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), que pertence à rede do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e opera desde março de 1995.

Desde a abertura da estação, a menor temperatura ocorreu em 23 de abril de 1995 (16,8 °C) e a maior em 31 de outubro de 2023 (40,9 °C). Máximas iguais ou superiores a 40 °C também ocorreram nos dias 25 de setembro de 2023 (40,4 °C), 3 de dezembro de 2019 (40,3 °C), 7 de dezembro de 2019 (40,1 °C), 25 de outubro de 2023 (40,1 °C), 18 de janeiro de 2003 (40 °C) e 28 de janeiro de 2007 (40 °C).

De acordo com o INMET, a Agência Nacional de Águas e Saneamento (ANA) e a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN), o maior acumulado pluviométrico em 24 horas foi de 196 mm em 5 de janeiro de 1994. Outros acumulados de destaque incluem 194 mm em 27 de maio de 1995 e 171,2 mm em 22 de janeiro de 1996. O recorde mensal é de 728 mm em abril de 1989 e o ano mais chuvoso foi 1985, com 1821 mm.

DEMOGRAFIA

A população do município, de acordo com o Censo de 2010 promovido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) era de 62 709 habitantes, sendo o sétimo mais populoso do estado e apresentando uma densidade populacional de 53,9 habitantes por km².[46] Segundo o censo de 2010, 51,6% da população eram mulheres (32 336 habitantes), 48,4% (30 373 habitantes) homens. Sendo que 91,6% (57 461 habitantes) vivia na zona urbana e 8,4% (5 248 habitantes) na zona rural.[46]

O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) de Caicó é considerado "alto" pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Seu valor é de 0,710, sendo o quarto maior do estado do Rio Grande do Norte. Considerando o índice educação (IDHM-E) o valor é de 0,619 (médio). O índice da longevidade (IDHM-L) é de 0,824 (muito alto) e o de renda (IDHM-R) é de 0,703 (alto). O município apresenta a maior expectativa de vida ao nascer do estado, com média de 74,1 anos.[47] Os índices sociais de Caicó são considerados melhores em relação a outros municípios do Nordeste, devido à histórica liderança política determinante para a melhoria da infraestrutura social.[48]

No período de 2003 a 2008, a região de Caicó cresceu apenas 3,77% devido a sua baixa taxa de fecundidade geral, fazendo com que a região tivesse a menor taxa de crescimento natural da população do estado do Rio Grande do Norte. No mesmo período a região de Caicó apresentou o maior índice de envelhecimento nos respectivos anos; desse modo, tem-se no ano de 2008, aproximadamente uma média de 35 pessoas acima de 65 anos para cada criança entre 0 e 14 anos.[49] Entretanto, em 2013 a cidade voltou a registrar uma alta taxa de crescimento populacional com um acréscimo de 4,89% motivada pela chegada de novos investimentos.

Religião e composição étnica: A maioria da população se declara Católica Apostólica Romana, contabilizando 90,48% dos habitantes. Outros 2,72% da população é evangélica de origem pentecostal, que seguem a Igreja Assembleia de Deus (1,44%), Igreja Universal do Reino de Deus (0,44%), Igreja Congregação Cristã do Brasil (0,37%), Igreja Deus é Amor (0,22%), entre outras. Seguida dos evangélicos de missão - 1,19%, que se dividem em Presbiterianos (0,59%), Batistas (0,56%) e Adventistas (0,04%). Entre as minorias temos a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (0,29%), Testemunhas de Jeová (0,27%), Igreja Messiânica Mundial (0,26%), Budismo (0,19%), Candomblé (0,02%) e Islamismo (0,02%). Ainda 3,96% dos caicoenses declaram não seguir nenhuma religião.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

DIEGO MARADONA (FUTEBOLISTA ARGENTINO)

Carta colecionável de Diego Maradona, da série "Calciatori 1979-80", nº 312. Emitida pela Panini S.p.a., Modena, Itália. NOME COMP...