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domingo, 8 de junho de 2025

CHESPIRITO (AUTOR MEXICANO)

  • NOME COMPLETO: Roberto Mario Gómez Bolaños
  • NASCIMENTO: 21 de fevereiro de 1929; Cidade do México, México
  • FALECIMENTO: 28 de novembro de 2014 (85 anos); Cancún, Quintana Roo, México (parada cardiorrespiratória)
  • PSEUDÔNIMOS: Chespirito, El pequeño Shakespeare (O Pequeno Shakespeare)
  • OCUPAÇÃO: ator, cantor, comediante, compositor, desenhista, diretor, dramaturgo, engenheiro elétrico, escritor, filantropo, humorista, pintor, poeta, produtor, publicitário, roteirista e ex-pugilista amador
  • FAMÍLIA: Horacio Gómez Bolaños (irmão), Graciela Fernández (m. 1968; div. 1989), Florinda Meza (m. 2004), Roberto Gómez Fernández (Filho), Marcela Gómez Fernández (filha), Paulina Gómez Fernández (filha), Cecília Gómez Fernández (filha mais velha), Teresa Gómez Fernández (filha), Graciela Gómez Fernández (filha caçula), Gustavo Díaz Ordaz Bolaños (tio)
  • ANOS DE ATIVIDADE: 1947–2000
  • ALTURA: c. 1,60 m
  • TIME DO CORAÇÃO: Club de Fútbol América
  • RELIGIÃO: católico romano
  • SITES: Website Oficial
Roberto Gómez Bolaños (1929 - 2014), mais comumente conhecido pelo seu nome artístico Chespirito, ou "Pequeno Shakespeare", foi um ator, comediante, roteirista, humorista, diretor, produtor e autor mexicano. Ele é amplamente considerado um dos ícones do humor e entretenimento de língua espanhola e um dos maiores comediantes de todos os tempos. Ele também é um dos comediantes mais amados e respeitados da América Latina. Ele é mais conhecido por seu papel de ator Chavo da sitcom El Chavo del Ocho.

Imagem da assinatura do premiado ator, cantor, comediante, compositor, desenhista, diretor, dramaturgo, engenheiro, escritor, filantropo, humorista, pintor, poeta, produtor de televisão, publicitário e roteirista mexicano Roberto Gómez Bolaños, mais conhecido como Chespirito (1929-2014).


BIOGRAFIA

Nome completo e registro de nascimento: Durante anos, divulgou-se que o nome completo de Roberto era Roberto Gómez Bolaños. Mas em 2020, foi encontrada uma cópia da certidão de nascimento dele. O documento mostrou que, na verdade, o nome completo do ator é Roberto Mario Gómez y Bolaños. Além disso, apesar de ter nascido em 21 de fevereiro de 1929, Bolaños só foi registrado em 18 de junho de 1929, na Cidade do México. O filho do ator, Roberto Gómez Fernández, confirmou a autenticidade do documento.

Filho da secretária bilíngue Elsa Bolaños Cacho (1902–1968) e do pintor, cartunista e ilustrador Francisco Gómez Linares (1892–1935), Roberto Gómez Bolaños nasceu na Cidade do México em 21 de fevereiro de 1929. Roberto teve dois irmãos: Francisco e Horacio. O pai de Roberto sofria com o vício em bebida e morreu vitimado por um derrame cerebral em 1935, quando Roberto tinha apenas seis anos. Na época, Roberto ficou na janela de casa, esperando seu pai chegar, até se dar conta de que ele não voltaria mais. Sua mãe Elsa então criou os filhos praticamente sozinha e, mesmo com algumas dificuldades econômicas, conseguiu matricular os filhos nas melhores escolas da cidade e lhes dar uma vida digna. Quando Roberto ainda era criança, gostava muito de jogar futebol e praticar BOXE. Ele chegou a tentar se tornar jogador de futebol, mas não pôde seguir carreira devido ao baixo peso e estatura. No boxe, chegou a ganhar um campeonato amador, mas também não seguiu adiante. Anos depois, Roberto disse que deixou de gostar do boxe.

Adolescência: Já crescido, Roberto passou a gostar de fazer pinturas e desenhos, fazia muitas paisagens e rostos. Também chegou a servir ao exército por um ano. Por influência de um dos seus tios, que era engenheiro eletromecânico, Bolaños estudou engenharia mecânica na Universidade Nacional Autônoma do México, mas não chegou a se formar e nunca exerceu a profissão. Decidiu mudar de carreira e começou a trabalhar como escritor criativo, escrevendo para rádio e televisão durante a década de 1950.

CARREIRA

Primeiros trabalhos (1952-1969): Em 1952, Roberto viu no jornal um anúncio da agência publicitária D'Arcy, que estava contratando um aprendiz de produtor de rádio e televisão e um aprendiz de redator publicitário. Ele então decidiu se candidatar a vaga de produtor, mas quando chegou na agência, a fila para os candidatos a aprendiz de produtor estava enorme, enquanto a de redator tinha poucas pessoas. Roberto então decidiu ir na fila menor e acabou ganhando a vaga para redator publicitário. Assim, Roberto começou a trabalhar na D'Arcy, onde escreveu vinhetas, jingles, cartazes e uma tirinha humorística. Em pouco tempo, Roberto se destacou e foi contratado para escrever roteiros para programas da dupla Viruta e Capulina (Marco Antonio Campos e Gaspar Henaine). Na época, a dupla tinha um programa no rádio e, com os roteiros de Roberto, o programa se tornou um sucesso ainda maior. 

Viruta e Capulina então ganharam um programa na televisão, chamado Cómicos y canciones, tendo Roberto como roteirista. Um dia, um ator desse programa faltou e, como Roberto tinha escrito o roteiro e sabia o texto, ele o substituiu em cena. Assim, Roberto começou a atuar e fez diversas participações especiais no programa e também em alguns filmes. No cinema, atuou pela primeira vez no filme Dos locos en Escena de 1960. No entanto, continuou a dedicar a maior parte de seu tempo a escrever, contribuindo para o diálogo de scripts da televisão mexicana. Os roteiros de Roberto para a televisão fizeram tanto sucesso que ele logo também passou a escrever para o cinema.

Em 1958, Roberto escreveu o roteiro para o filme Los Legionarios, primeiro filme em que trabalhou. O diretor do filme, Agustín P. Delgado, ficou impressionado com o roteiro de Roberto, dizendo que era um pequeno William Shakespeare, capaz de escrever histórias tão prolíficas e versáteis quanto o autor inglês. Agustín P. Delgado então deu a Roberto uma alcunha, "Chespirito", que é a forma diminutiva e castelhanizada do vocábulo inglês Shakespeare (Chekspir). Bolaños gostou tanto do apelido que passou a usá-lo como seu nome artístico.

Roberto também escreveu peças de teatro. Ao todo, escreveu seis peças, das quais três foram encenadas. Em 1964, estreou sua primeira peça de teatro: "óSilencio, cámara, acción!". Trata-se de uma comédia protagonizada pela dupla Viruta e Capulina, com quem Roberto já havia trabalhado no rádio e na televisão. A peça foi um sucesso.

Os roteiros de Roberto para o programa Cómicos y canciones agradaram tanto que ele também foi chamado para roteirizar o programa "El Estúdio de Pedro Vargas". O sucesso foi grande e e os dois programas passaram a disputar o primeiro lugar de audiência, sendo exibidos no mesmo canal, o Telesistema Mexicano. Chespirito permaneceu no canal até 1968, quando os dois programas chegaram ao fim. Nesse ano, Bolaños enfrentou dificuldades. Além do fim dos dois programas, Viruta e Capulina se incomodaram com o sucesso que Bolaños vinha fazendo e acharam que ele estava ofuscando a dupla. Além disso, a mãe de Roberto, Elsa Bolaños, faleceu devido a um câncer no pâncreas.

Vendo o sucesso que Roberto fazia com seus roteiros, Cantinflas, um dos maiores comediantes do México, quis fazer um programa com ele. Mas, devido à falta de dinheiro, o programa nunca foi realizado.

Além de roteirista, Chespirito também se destacou como ator, principalmente fazendo comédia. Mas, no início da carreira, ele não atuava tanto. Geralmente fazia apenas participações especiais e se dedicava mais a escrever os roteiros.

Em 1969, Chespirito foi contratado pelo produtor Sérgio Pena da recém criada Televisión Independiente de México para escrever um programa humorístico com duração de meia hora e então escreveu a série El ciudadano Gómez. Apesar de só ter durado 13 episódios, a série foi muito elogiada e fez sucesso. Nela, Chespirito, além de escrever os roteiros, atuou com o papel principal. A partir daí, Chespirito também seguiu trabalhando como ator, atuando nos seus próprios programas.

Programa Chespirito, El Chapulin Colorado, El Chavo del Ocho e aposentadoria da televisão (1969-1995): Em 1969 e 1970 Chespirito escreveu esquetes humorísticas para o programa Sábados de la fortuna. Entre essas esquetes, estava "Los Supergenios de la Mesa Cuadrada", criada em janeiro de 1970. Essa esquete fez tanto sucesso que, em pouco tempo, tornou-se um programa independente. Ao lado de Chespirito, contracenavam Ramón Valdés, Rubén Aguirre e María Antonieta de las Nieves.

Em outubro de 1970, o programa teve sua duração aumentada e passou a exibir outras esquetes de Chespirito. O programa também mudou de nome e passou a se chamar Programa Chespirito. Nessa época, surge o Chapolin Colorado, um herói atrapalhado. Dois anos depois, foi criado a personagem que se tornaria o maior sucesso de Bolaños, o Chaves. Ambas as personagens funcionaram tão bem que as esquetes se tornaram séries independentes de 30 minutos de duração em 1973, após o fim do Programa Chespirito.

Apesar de ser mais conhecido pelos papéis Chaves e Chapolin, Chespirito também foi autor de várias personagens, como Chompiras, Dr. Chapatin, Vicente Chambon e Chaparrón Bonaparte.

Por causa de seus roteiros recorrentes, os programas se tornaram sucesso em todo o mundo, graças à simpatia de Roberto Gómez Bolaños e do grupo de atores em distintas épocas formado por Carlos Villagrán, Ramón Valdés, Florinda Meza, Rubén Aguirre, Édgar Vivar, Angelines Fernández, Raúl Padilla, Horacio Gómez Bolaños e María Antonieta de las Nieves, que também encontraram a fama internacional.

Em 1973 o Telesistema Mexicano e a Televisión Independiente de México se fundiram, dando origem à Televisa. Os programas de Bolaños passaram a ser exibidos pela Televisa e contribuíram muito para o sucesso da emissora. Chapolin foi o primeiro programa do México a ser vendido para outros países, abrindo as portas da televisão mexicana para o mundo, e com Chaves o sucesso foi ainda maior, o que levou o elenco a gravar discos do seriado e a realizar várias turnês pela América Latina, sempre com grande presença de público.

Acidentes: Em abril de 1973, Roberto, acidentalmente, deu um tiro na própria mão. Por causa disso, ficou oito semanas sem poder gravar os seriados Chaves e Chapolin. Nesse período, a Televisa reprisou episódios de 1972 do Programa Chespirito, para suprir a lacuna no horário da exibição. Roberto se recuperou, mas ficou com sequelas do tiro na mão.

Em abril de 1979, Roberto sofreu um segundo acidente. Durante as gravações do episódio "Vinte mil beijinhos para não morar com a sogra", do Chapolin, uma parte do cenário, acidentalmente, atingiu o olho esquerdo de Roberto e o machucou. Ele também se recuperou mas teve que gravar os dois episódios seguintes usando um tapa-olho. Edgar Vivar disse em entrevistas que, por causa desse acidente, Roberto decidiu acabar com o programa do Chapolin meses depois porque percebeu que estava perdendo a agilidade para fazer cenas de ação. O Chapolin ainda continuou como uma esquete do Programa Chespirito por muitos anos, mas focando mais na comédia e com menos cenas de ação.

Em 1979 o programa do Chapolin chegou ao final em setembro e Chespirito o substituiu por La Chicharra. A série durou 14 episódios e mostrava as aventuras do jornalista Vicente Chambon.

Em 1980 foi a vez do programa do Chaves chegar ao fim. Bolaños então trouxe de volta o Programa Chespirito em uma nova fase. O programa mais uma vez reunia esquetes do humorista e tinha duração de uma hora semanal. Desta vez, no programa, Chespirito deu mais destaque ao Chompiras, sua personagem favorita de interpretar. Chaves e Chapolin continuaram como esquetes do programa até 1992, quando Roberto decidiu parar de gravá-los definitivamente por se achar velho demais para fazer os dois. Mas o Programa Chespirito permaneceu no ar, com outras personagens, até 1995. Nesse ano, a Televisa quis trocar os programas de comédia por telenovelas e tirar o Programa Chespirito do horário nobre. Bolaños não concordou com as mudanças e decidiu acabar com o programa. Após o fim do programa, Chespirito se aposentou da televisão. Várias emissoras de TV no mundo inteiro ainda tentaram contratá-lo, mas ele recusou todas as ofertas.

Chespirito também estrelou em filmes mexicanos, escritos e realizados por ele mesmo como "El Chanfle" e "El Chanfle 2", "Don Ratón e Don Ratero", "Charrito" e "Música de viento". Mas os filmes de Chespirito não fizeram sucesso - com exceção de "El Chanfle", que teve um dos maiores públicos e bilheteria da história do cinema mexicano.

Em 1984, Chespirito estreou sua segunda peça de teatro, "Títere". Essa é uma adaptação da história de Pinóquio, misturando elementos de comédia e musical. A peça foi um grande sucesso no México. Em 1992, estreou mais uma peça, "11 e 12". É uma comédia sobre um homem que não pode ter filhos, após ter sofrido um acidente. A peça também foi um grande sucesso no México, tendo ficado sete anos consecutivos em cartaz. Após ter se aposentado da televisão, em 1995, Chespirito ainda permaneceu apresentando a peça "11 e 12" no México por quatro anos e, eventualmente, voltou a apresentar a peça nos anos 2000.

Em 1991 dirigiu e produziu a novela Milagro y Magia, estrelada por Florinda Meza.

Em 1992 recebeu o "Prêmio de Literatura da Sociedade Geral de Escritores do México" pelo roteiro da peça "La Reina Madre".

Em 1995, publicou o seu livro "O Diário do Chaves", onde o próprio Chaves conta um pouco de sua história. O livro teve uma segunda edição em 2005.

Últimos anos, carreira como escritor e sucesso no Twitter (1996-2014): Entre 1996 e 1999, trabalhou na Televicine, unidade de cinema da Televisa, onde produziu mais dois filmes: "La Ultima Llamada" e "La Primera Noche".

Em 1999, Roberto teve uma grande tristeza: seu irmão Horacio faleceu, vítima de um infarto fulminante. Um ano depois, seu outro irmão, Francisco, também faleceu.

Em 2000 a rede de televisão mexicana Televisa homenageou todo o elenco dos seriados Chaves, Chapolin e Chespirito com o programa "¡No contaban con mi astucia!", ano em que o seriado completava 30 anos. Essa homenagem ficou marcada pelo reencontro de Chespirito com o ator Carlos Villagrán, que interpretou o Quico no seriado "Chaves". Os dois não se viam há mais de 20 anos.

Em 2003, publicou seu segundo livro, sendo este um livro de poemas. O livro fez sucesso no México.

Em 2005 recebeu o título de Doutor Honoris Causa em Filosofia de Vida pela Universidade Alberto Masferrer, de El Salvador.

Em 2006 foi lançada a série animada do Chaves, produzida pelo filho de Bolaños, Roberto Gómez Fernández. O próprio Chespirito supervisionou os roteiros dos episódios do desenho e participou de um especial organizado pela Televisa no lançamento da série animada, no dia 21 de outubro de 2006. No mesmo ano, Chespirito publicou no México a sua autobiografia, chamada "Sin Querer Queriendo: Memorias". Em 2007, o livro também foi lançado em outros países da América Latina, tendo Bolaños inclusive divulgado o livro na Feira do Livro de Bogotá, na Colômbia.

Em 2008 e 2009 Roberto se despediu do teatro com uma turnê da sua peça "11 e 12". Ele apresentou a peça em vários países da América Latina, como Chile, Costa Rica, Colômbia e Peru. Quando esteve no Peru para apresentar a peça, em 2008, recebeu várias homenagens no país, inclusive do Congresso peruano e da Prefeitura de Lima. E em 2009, quando apresentou a peça na Colômbia, foi homenageado pela emissora RCN.

Em 12 de novembro de 2009 Chespirito foi internado em um hospital na Cidade do México. De acordo com declarações de seu filho Roberto Gómez Fernández, Chespirito teve de fazer uma cirurgia na próstata.

Roberto admitiu ter fumado por 40 anos, deixando por considerar plenamente ruim. Mas por ter fumado muito, sofreu uma insuficiência respiratória. Em 2011, Roberto se mudou da Cidade do México para Cancún para minimizar o efeito da doença.

Em 28 de maio de 2011, Chespirito abriu sua conta no Twitter chegando em menos de um dia a mais de 170.000 seguidores, e no segundo dia a um total de 250.000 seguidores. Em 29 de julho de 2011, Chespirito realizou uma Twitcam, que fez sucesso na internet e foi assistida por cerca de 40.000 pessoas. Em 30 de abril de 2012, ele realizou uma segunda Twitcam, mas essa não fez o mesmo sucesso da primeira, sendo assistida por pouco mais de 50.00 pessoas.

Em 2012, um evento denominado América celebra a Chespirito em comemoração os quarenta anos de carreira do ator ocorreu em 17 países, entre eles Argentina, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Equador, Estados Unidos, México, Peru e Nicarágua.

Em 2013, chegou a ter o seu perfil no Twitter invadido por hackers, mas conseguiu recuperar a conta. No dia 20 de novembro de 2013, foi condecorado com o Premio Ondas Iberoamericano pela trajetória destacada na televisão mundial.

PROBLEMAS DE SAÚDE

Em 2003, Roberto sofreu uma bronquite aguda, necessitando ficar internado por alguns dias em Cancún.

Em novembro de 2004, pouco antes de se casar com Florinda Meza, Roberto teve uma crise de neurite e também herpes zoster, o que o fez ficar internado por alguns dias na Cidade do México.

Em julho de 2006, Roberto começou a sofrer um problema de alergia e passou a tomar uma injeção diariamente para vencer o problema.

Em dezembro de 2006, Chespirito foi internado no México por causa de uma pneumonia, mas se recuperou e deixou o hospital cinco dias depois.

Em 2008, após uma das apresentações da sua peça 11 e 12 em Ciudad Obregón, Roberto desmaiou, devido a uma queda de pressão. Ele foi socorrido pela Cruz Vermelha e logo se recuperou. Nessa ocasião, Roberto não quis ir ao hospital e ficou se recuperando em um hotel.

No dia 12 de novembro de 2009 foi internado na Cidade do México para fazer uma cirurgia na próstata. Bolaños iria participar de um leilão na capital mexicana, mas não pôde comparecer ao evento devido à cirurgia. Ele deixou o hospital dois dias depois do ocorrido, e seu filho Roberto Gómez Fernández disse que o comediante estava bem, mas não deu muitos detalhes sobre a cirurgia, dizendo apenas que foi uma operação simples.

Em fevereiro de 2010, Bolaños foi submetido a mais uma cirurgia na próstata. Após essa segunda cirurgia, o ator começou a apresentar dificuldades para andar. Sua filha, Marcela Gómez, confirmou que as cirurgias debilitaram o ator e que ele estava fazendo fisioterapia para tentar se recuperar. Em julho do mesmo ano, Roberto Gómez Fernández disse que seu pai, devido às complicações para andar, estava sofrendo depressão. Chespirito passou a andar de cadeira de rodas.

Foi convidado a participar da abertura dos Jogos Pan-Americanos de 2011, em Guadalajara; mas recusou o convite por motivo de saúde.

Desde que nasceu, Bolaños sempre teve um problema de audição no ouvido esquerdo e que foi se agravando com a idade.

Por ter fumado durante muitos anos, Roberto acabou tendo um enfisema pulmonar e sofreu de insuficiência respiratória. Com o tempo, isso fez com que ele tivesse muitos problemas respiratórios na Cidade do México, devido à altitude e a poluição da cidade. Bolaños teve que se mudar para Cancún em 2011 para poder respirar melhor, já que a cidade fica ao nível do mar. Antes disso, ele já tinha uma casa em Cancún onde costumava ficar durante parte do ano, mas com o agravamento das dificuldades para respirar, se mudou definitivamente para lá. Mesmo assim, devido aos problemas respiratórios, chegou a ir ao hospital várias vezes. Uma delas foi em 2012, quando viajou novamente para a Cidade do México para estar presente no América Celebra a Chespirito, homenagem que recebeu da Televisa. Nessa ocasião, Roberto apareceu de cadeira de rodas e usando um respirador, demonstrando estar com a saúde debilitada; e precisou ir embora antes do final da homenagem. Roberto ficou cinco dias internado em um hospital, antes de voltar para sua casa em Cancún. Essa também foi a penúltima vez que Roberto apareceu em um evento público. Após a homenagem, Roberto só fez mais uma aparição pública e muito rápida: foi no dia 1º de julho de 2012, quando ele saiu rapidamente de casa para votar na candidata Josefina Vázquez Mota nas eleições presidenciais do México. Nessa ocasião, Roberto também apareceu de cadeira de rodas e foi visto votando em uma cabine especial, instalada no Centro de Convenções de Cancún. Depois disso, devido aos problemas de saúde, o comediante não saiu mais de sua casa em Cancún e parou de dar entrevistas para a televisão, mantendo contato com os fãs apenas pelo Twitter. Roberto também queria evitar aparecer em público para que seus fãs não ficassem preocupados ao vê-lo debilitado. Muitos fãs tentaram visitá-lo em sua casa, mas poucos conseguiram, pois devido ao estado de saúde do ator sua esposa Florinda Meza não permitiu muitas visitas.

Muitos boatos sobre a saúde de Chespirito circularam na mídia e na internet. Entre eles, surgiram várias notícias falsas de que o ator teria morrido, que logo foram desmentidas por sua família, sua assessoria ou pelo próprio Bolaños.

No seu aniversário de 85 anos, em 21 de fevereiro de 2014, um familiar disse que a saúde do ator estava frágil. Em maio de 2014, amigos próximos a família disseram para a imprensa que o estado do ator era muito grave. Uma das filhas do ator publicou uma foto dele no Twitter onde Bolaños apareceu respirando com ajuda de um tubo de oxigênio.

MORTE

Tumba de Roberto Gómez Bolaños "Chespirito" no Panteão Francês de La Piedad na Cidade do México. Foto tirada em 22 de outubro de 2016, 16:29:59.

Roberto Gómez Bolaños faleceu em 28 de novembro de 2014, aos 85 anos, devido a uma parada cardíaca, em sua casa em Cancún, no México.

No dia 19 de novembro de 2014, nove dias antes da morte de Bolaños, Roberto Gómez Fernández deu uma declaração à imprensa em que falou sobre a saúde de seu pai. Fernández disse que Bolaños estava bem, mas que, devido à altitude, ele já não iria retornar para a Cidade do México.

Segundo Florinda Meza, Bolaños também sofreu tardiamente o Mal de Parkinson, doença essa que agravou os problemas de saúde que ele já tinha.

Repercussão: O assunto se tornou um dos mais comentados do mundo, especialmente na América Latina. Várias personalidades de diversas nacionalidades falaram sobre a morte nas redes sociais, entre elas artistas do elenco das séries de Chespirito, e a sua filha Paulina Gómez:

“Roberto não se vai. [Ele] permanece em meu coração, e no coração de tantos outros a quem fez feliz. Adeus, Chavinho. Até sempre”.

—  Edgar Vivar, intérprete do "Sr. Barriga", 'Adeus Chavito, até sempre', diz Edgar Vivar, o Sr. Barriga». Revista CARAS. 28 de novembro de 2014. Consultado em 16 de outubro de 2023



VIDA PESSOAL

Relacionamento Familiar: Bolaños casou-se pela primeira vez com Graciela Fernández Pierre, falecida em 26 de agosto de 2013. Tiveram os filhos Paulina, Graciela, Marcela, Teresa, Cecília e Roberto Gómez Fernández. Bolaños conheceu Graciela em um baile em 1951 e os dois se casaram em 1956, numa cerimônia simples e passaram a lua de mel em Acapulco. Foi Graciela quem confeccionou o uniforme do Chapolin. O casamento durou de 1956 a 1977, quando Bolaños decidiu se separar de Graciela.

Pouco depois, tornou-se público o relacionamento que ele teve com uma de suas colegas de elenco, a atriz Florinda Meza, que interpretou a Dona Florinda e a Pópis na série 'Chaves'. Os dois começaram o romance durante uma turnê do elenco no Chile em outubro de 1977. Antes disso, Bolaños havia a cortejado por cinco anos, mas ele ainda estava casado e Florinda não queria se envolver com ele por considerá-lo mulherengo e infiel. Depois de um tempo, Florinda aceitou ficar com Roberto. Ele então se separou de Graciela e foi morar junto com Florinda. No México, Roberto e Florinda foram criticados por manter essa relação, já que tudo começou quando Bolaños ainda era casado com Graciela. Florinda rebateu as alegações anos mais tarde: "Eu não sou uma rouba maridos. Ele teve problemas com seu casamento e era bem conhecido por suas infidelidades".

Depois de 27 anos de uma união estável com Florinda Meza, Bolaños casou-se com ela em uma cerimônia civil no cartório, no dia 19 de novembro de 2004, e comemorou com uma grande festa num restaurante da Cidade do México.

Apesar de ter se separado de Graciela em 1977, Bolaños continuou legalmente casado com ela até 2004, quando decidiu se casar com Florinda. Por isso, somente em 2004 Bolaños se divorciou de Graciela oficialmente, para poder se casar mais uma vez. Em sua autobiografia, Roberto admitiu que foi infiel com Graciela e contou que se sentia culpado por isso, motivo pelo qual deixou para ela todos os bens que tiveram juntos. Roberto e Graciela continuaram amigos, apesar de tudo que aconteceu. Bolaños também contou que seus filhos demoraram a aceitar a relação dele com Florinda Meza.

Ele teve 6 filhos do primeiro casamento, mas nenhum com Florinda, por ter feito uma vasectomia antes de conhecer ela.

Depois que Roberto e Florinda começaram a se relacionar em 1977, Roberto deixou a Florinda interferir na direção dos programas dele. Alguns atores das séries relataram que isso causou incômodo no elenco. Em 2015, o ator Rubén Aguirre, que interpretou o Professor Girafales na série 'Chaves', falou sobre isso: "Creio que Roberto nunca se deu conta de que esta situação separava o grupo porque estava ofuscado. Falar mal dela (Florinda Meza) na frente de Roberto significava perder a amizade dele e perder tudo. Agora posso dizer que ele a endeusava".

Filantropia: Chespirito é fundador da Fundación Chespirito IAP, uma ONG criada em setembro de 2007, que leva saúde e educação a crianças carentes. A fundação é sustentada através de doações e leilões, e ajudou mais de 200 mil crianças de 13 instituições do país.

Relação com o futebol: Roberto Gómez Bolaños era um grande admirador de futebol. Quando criança, chegou a tentar se tornar jogador de futebol em um clube chamado Marte. Mas, por causa do seu baixo peso e estatura, acabou decidindo não se tornar profissional. Anos depois, Roberto também abordou eventualmente o futebol em suas séries, além de ter feito um filme sobre futebol, o El Chanfle.

Fonte: Twitter 10:45 AM, 23 de fev de 2019.


Roberto era um grande torcedor do América do México, tendo já comparecido algumas vezes ao estádio para assistir aos jogos do clube e narrado uma partida do América em 2007. Inicialmente, Roberto era torcedor do Chivas Guadalajara, mas decidiu mudar de time durante as filmagens do filme El Chanfle na década de 1970. Na época, Roberto tentou convidar alguns jogadores do Chivas para participar do filme, mas teve algumas experiências ruins com eles, o que não aconteceu com os jogadores do América. Além disso, o presidente da Televisa, Emilio Azcárraga Milmo, que era próximo de Roberto, também era um dos donos do clube América na época. Assim, Roberto acabou decidindo mudar de time e virou torcedor do América.

Embora fosse um grande torcedor do América, Roberto também demonstrou algumas vezes gostar do clube Necaxa. Em 2000, o Necaxa realizou uma homenagem a Bolaños no Estádio Azteca.

Bolaños também já demonstrou gostar muito da seleção brasileira e da seleção argentina, principalmente por causa das Copas do Mundo de 1970 e 1986, que foram sediadas no México e terminaram com o Brasil campeão em 1970 e a Argentina campeã em 1986. Bolaños disse que seu maior ídolo no esporte era Pelé (do qual conversou uma vez por telefone), seguido por Diego Maradona. Em 2005, Bolaños conheceu pessoalmente Maradona em um programa de televisão, chamado La Noche del 10 ("A Noite do Dez"), na Argentina. Na ocasião, Maradona entrevistou Bolaños e também revelou ser um grande fã dele e do seriado Chaves.

Outro jogador que Roberto admirava era o atacante Enrique Borja, que disputou as Copas do Mundo de 1966 e 1970 pelo México e jogou quase toda a sua carreira no clube América do México. No seriado Chaves, a personagem dizia que iria ser um jogador como o Borja. Roberto e Borja chegaram a ser amigos, em razão da paixão de Roberto pelo clube América.

Posições políticas: Roberto é primo em segundo grau do Presidente Gustavo Díaz Ordaz, que governou o México entre 1964 e 1970. A mãe de Roberto, Elsa Bolaños, é prima de Díaz Ordaz. Apesar disso, Roberto costuma se referir a Díaz Ordaz como sendo seu tio. O governo de Gustavo Díaz Ordaz ficou marcado pelo Massacre de Tlatelolco em 1968. Numa entrevista em 2006, ao ser perguntado sobre qual foi o melhor presidente mexicano, Roberto respondeu: "Gustavo Díaz Ordaz antes de 1968 foi o melhor presidente, não somente porque era meu tio, se olharmos os números da inflação que obteve, isso se justifica. Depois dele, o Salinas foi o melhor, ainda que na verdade não tenha ganhado as eleições, mas era inteligentíssimo. Fox também é muito inteligente e seus números são os melhores desde o governo de Díaz Ordaz. Agora, a resposta mais acertada que posso dar é: nenhum".

Em 2000, Roberto declarou apoio a Vicente Fox como candidato a Presidente do México. Na época, isso causou surpresa, porque até então Roberto era considerado antipolítico. Seis anos depois, o México lançou cinco selos postais de Chaves e Chapolin em homenagem a Bolaños. A emissão dos selos contou com o apoio do próprio Vicente Fox, que já era o presidente do país. Uma vez, Roberto disse que Fox era "o melhor presidente dos últimos 100 anos", mas que "não lhe tem deixado atuar".

Em 2006, Roberto gravou anúncios em que apoiava o conservador Partido de Ação Nacional (PAN) nas eleições e pedia para as pessoas votarem nos políticos do PAN. Muitos criticaram o apoio dele ao partido. No mesmo ano, Roberto também apoiou Felipe Calderón para Presidente do México.

Em 2007, havia um projeto no Congresso mexicano para descriminalizar o aborto no país. Isso gerou uma forte discussão no México sobre o aborto. Roberto participou de campanhas CONTRA A LEGALIZAÇÃO DO ABORTO no país e, em um vídeo exibido na televisão, se posicionou contra o aborto e lembrou que sua mãe foi orientada a abortá-lo quando ela estava grávida, mas ela se recusou e graças a isso ele estava vivo. O vídeo teve repercussão no México.

Em 2008, numa entrevista para o jornal El Comercio, Roberto criticou os governos do Partido Revolucionário Institucional (PRI), que governou o México por 71 anos, entre 1929 e 2000. "Mario Vargas Llosa disse que o PRI era a ditadura perfeita. E era mesmo. A expressão é afinadíssima", disse.

Em 2012, Roberto apoiou a candidata Josefina Vázquez Mota, do PAN, para Presidente do México. No mesmo ano, Roberto usou o Twitter para criticar um movimento estudantil no México, chamado YoSoy132, que acusava a Televisa de ter favorecido a imagem de Enrique Peña Nieto nas eleições daquele ano no país. O YoSoy132 chegou a fazer um bloqueio nas instalações da Televisa por um dia em protesto e também manifestou apoio ao Sindicato Mexicano de Eletricistas. Roberto disse: "Apoiou um sindicato de péssima reputação, é suficiente para rejeitar o 132. E também é muito mau tentar silenciar a Televisa, ainda mais quando as opiniões que ela emite são pessoais. O que quer o 132? Ter permissão para dizer o que quiser e que a Televisa não possa fazer o mesmo? E eu não apoiei o Peña Nieto! Que pena! Tão simpático foi o 132 no começo...".

Ainda em 2012, Roberto também escreveu em seu perfil no Twitter: "Votei em Ernesto Zedillo, Vicente Fox, Felipe Calderón e Josefina Vásquez Mota. Apenas a última não ganhou. Não me arrependo de nenhum".

Relação com o Brasil (país originário deste blog): Em 1981, Roberto Gómez Bolaños veio ao Brasil enquanto fazia uma viagem a caminho do Paraguai (onde estava fazendo uma turnê com o elenco de "Chaves"). Na ocasião, esteve em Foz do Iguaçu por dois dias. Nessa viagem, Roberto conheceu as Cataratas do Iguaçu e também a Usina Hidrelétrica de Itaipu. Até onde se sabe atualmente, esta foi a única vez em que ele esteve no Brasil.

Há relatos de que no início da década de 1990 ele também teria vindo uma vez ao Rio de Janeiro e visitado a Editora Globo, que na época lançou gibis de Chaves e Chapolin no país, mas ainda não há confirmação se essa vinda ocorreu.

Em uma viagem a Buenos Aires, Bolaños se encontrou na rua com um grupo de brasileiros, que lhe pediram autógrafos. Neste dia, percebeu pela primeira vez que era querido no Brasil.

Chespirito realizou turnês com o elenco de Chaves nas décadas de 1970 e 1980, se apresentando em vários países, mas nunca trouxe as turnês para o Brasil. O motivo foi o idioma, pois Bolaños acreditava que causaria estranheza nos brasileiros ver as personagens falando espanhol. Ele e os outros atores do elenco chegaram a fazer aulas de português para se apresentar no Brasil. Depois disso, Chespirito quase realizou uma turnê no Brasil em 1992, com os atores que ainda estavam no programa. Mas o momento político do país, que passava por várias manifestações contra o então presidente Fernando Collor, fez com que a turnê fosse cancelada.

Bolaños teve vários dubladores no Brasil. O mais conhecido e admirado pelos fãs é Marcelo Gastaldi, que o dublou na dublagem clássica de Chaves e Chapolin exibida pelo SBT. Gastaldi ainda escolheu os dubladores, foi um dos diretores dessa dublagem e adaptou várias piadas para o português, de modo que o sucesso das séries de Bolaños no Brasil também se deve muito a ele. Marcelo Gastaldi faleceu em 1995, aos 50 anos. Em 2011, o SBT foi condenado a indenizar a família de Gastaldi por ter exibido sua dublagem em Chaves e Chapolin durante anos sem pagar os direitos devidos.

Em 1996, segundo Florinda Meza, a Globo ofereceu a Bolaños uma proposta de 10 milhões de dólares para comprar os direitos literários de Chaves. A intenção da emissora não era exibir a série, mas sim de criar produções baseadas nos roteiros de Bolaños. Mas o humorista recusou a proposta, preferindo manter sua fidelidade com a Televisa.

Em 1997 o SBT quis fazer uma versão brasileira de Chaves e chegou a enviar um representante ao México para negociar com Roberto a realização do programa, mas o projeto não se concretizou; na época, Bolaños alegou falta de tempo para o projeto.

Em 2006 Roberto disse que iria vir ao Brasil para o lançamento de seu livro O Diário do Chaves, mas ele não veio, por motivo desconhecido.

Em 2007, um fã brasileiro, Fábio Rogério, conheceu Bolaños e sua esposa Florinda Meza no México. Na ocasião, ele gravou um vídeo mostrando o encontro.

Bolaños tem grande admiração pelo brasileiro Pelé e já disse várias vezes que o jogador é seu ídolo. Uma vez, o próprio Pelé conversou com Bolaños por telefone e lhe pediu que fizesse um filme de Chaves. Mas Bolaños recusou, porque acreditava que Chaves só daria certo na televisão.

A apresentadora Xuxa propôs que Bolaños escrevesse roteiros para o programa dela na Globo, o que também não aconteceu. Bolaños também alegou falta de tempo para isso.

No Brasil, Bolaños chegou a ser comparado com os também atores e comediantes Renato Aragão e Chico Anysio. O próprio Renato Aragão disse se inspirar em Bolaños: "Eu era viciado em Chaves. Achava ele um gênio".

Em 1988, o apresentador Gugu Liberato foi ao México e entrevistou Bolaños e outros atores de Chaves. A entrevista, que foi exibida no programa Viva a Noite em janeiro de 1989, foi a primeira de Chespirito a um jornalista brasileiro. Ele voltou a dar outras entrevistas para programas brasileiros ao longo dos anos. A última foi dada ao Ratinho em 2011 e exibida no Programa do Ratinho. Nela, Roberto Gómez Bolaños mandou uma mensagem para os seus fãs nos Brasil: "Agradeço de todo o coração o que falam de mim no Brasil. Creio que nem mereço, digo isso sinceramente. Então agradeço muito mais. Amo vocês, seja como vocês são, como eu conheço vocês: muito alegres, muito brincalhões, bons, sejam muito, muito brasileiros. Brasil, amo vocês, eu te amo". No mesmo ano, o SBT tentou trazer Bolaños ao Brasil para o especial de 30 anos da emissora - o próprio Ratinho convidou Bolaños para vir ao Brasil quando o entrevistou. Mas, por causa dos problemas de saúde do ator, os médicos dele não autorizaram a viagem e Bolaños teve que recusar o convite. Porém, em conversas posteriores com os fãs pela internet, Bolaños declarou que gosta muito do Brasil e que, quando sua saúde melhorasse, pretendia visitar o país e agradeceu o carinho dos fãs brasileiros.

Em 2012, o apresentador Vesgo, do programa Pânico na Band, foi até a casa de Bolaños em Cancún tentar lhe entregar um sanduíche de presunto, comida favorita do Chaves, e flores de presente para Florinda Meza. Vesgo não conseguiu ter acesso à casa e foi expulso do local pelos seguranças do condomínio, mas deixou os presentes na porta da casa de Bolaños. Em uma twitcam dias depois, Bolaños disse ter recebido os presentes.

Em janeiro de 2013, dois fãs brasileiros, Maurício Trilha e Fábio Ribeiro, visitaram Bolaños na casa dele em Cancún. Nessa visita, Bolaños e sua esposa Florinda Meza gravaram com eles alguns vídeos para um evento de fãs de Chaves no Brasil. Bolaños disse nessa visita que gostava do Brasil e que se arrependia muito de não ter vindo mais ao país enquanto podia. Meses depois, em setembro de 2013, outros três fãs brasileiros, Filipe, Pablo e Dionatã, também conseguiram visitar Bolaños na casa dele em Cancún.

Em 2014, Bolaños acompanhou pela TV a Copa do Mundo realizada no Brasil. Na Copa, muitos torcedores brasileiros e mexicanos homenagearam Bolaños se vestindo como suas personagens, principalmente como o Chapolin. O gesto emocionou Chespirito.

Em agosto de 2014, Chespirito escreveu uma mensagem no Twitter agradecendo ao SBT por manter as séries Chaves e Chapolin no ar por 30 anos no Brasil. "Obrigado ao SBT. Sobretudo, muito obrigado a vocês, brasileiros. Amo vocês. Chespirito", escreveu o ator.

A última mensagem de Chespirito em seu perfil no Twitter foi para uma fã brasileira, em que ele disse: "Todo meu amor para o Brasil".

CONTROVÉRSIAS

Retrato oficial de Augusto Pinochet Ugarte (colorido).

Em 1977, Roberto realizou uma turnê com o elenco de Chaves no Chile. Apesar da turnê ter sido um sucesso, também recebeu fortes críticas porque o Chile estava sob a ditadura de Augusto Pinochet e a apresentação do elenco foi realizada no Estádio Nacional de Santiago, mesmo local em que milhares de pessoas foram presas e torturadas pelo regime. Isso fez com que Roberto fosse acusado de apoiar a ditadura chilena e as prisões e torturas feitas por ela, o que ele negou. Roberto disse em sua autobiografia que ele e os atores não sabiam das prisões e torturas no estádio pelo regime de Pinochet mas que, se soubessem, também teriam se apresentado e explicou comparando a situação com o ocorrido em Zócalo, na Cidade do México. "Seguindo essa lógica, nenhum ator deveria se apresentar em Zócalo, onde foi turvada a memória de todos que foram assassinados durante a Decena Trágica", disse Bolaños. Ele também disse que, pelo público, valeu a pena se apresentar no estádio. "Como esquecer a longa ovação que nos deram enquanto fizemos duas voltas olímpicas, apesar de termos acabado ofegantes de cansaço? Valeu a pena, né?"

Humor pastelão, bullying, politicamente incorreto e repetição em seus programas (O Famoso Mi-mi-mi): Apesar de ser considerado um dos maiores comediantes de todos os tempos, o humor que Chespirito usou em suas obras também recebeu críticas. Em 1984, o historiador mexicano Enrique Krauze disse que detestava o estilo de Bolaños por banalizar a comédia e usar de humor pastelão, mas com o passar dos anos Krauze mudou de opinião sobre Bolaños. Em 2014, Luís Carrasco, professor de Comunicação da Universidade Nacional Autônoma do México, disse que: "Em seus programas havia um autêntico bullying. Todos zombavam de todos, todos contra um e era muito normal. Se hoje fosse feito o que acontecia nesses programas, não creio que seria tão aceito e tantas críticas poderia causar. Além disso, quando suas produções passaram para a Televisa, Chespirito começou a responder a questões mais comerciais. Já não apostava em diálogos, em histórias, mas sim no humor pastelão, nos insultos e na zombaria dos aspectos físicos". O sociólogo Raúl Rojas Soriano, também da UNAM, disse que: "Há comportamentos classistas e machistas (em sua obra). As situações que ocorrem entre as personagens (de Chespirito) poderiam parecer engraçadas, mas na realidade são um reflexo grave da sociedade e o programa (Chaves) não apresenta soluções para melhorar a vida social dos habitantes de uma vizinhança. Ao contrário, os difama cada vez mais".Rosana Alvarado, vice-presidente da Assembleia Nacional do Equador em 2014, disse que: "Parte de Chespirito e do Chaves não eram comédia. Não é humor bater em uma criança, tratá-la como 'estúpida' ou ridicularizá-la. Isso não". Críticos também disseram que os programas de Bolaños, incluindo Chaves, usavam muitas situações politicamente incorretas como forma de humor. Por outro lado, Álvaro Cuenca, especialista em televisão mexicana, observa que: "Isso era o humor da época. É preciso entender o contexto em que ele trabalhava. Não é um comediante que teve todos os recursos disponíveis atualmente". Outra crítica era de que Bolaños repetia demais as histórias, piadas e situações em seus programas. Álvaro Cuenca também o defende nesse ponto, dizendo que repetir é normal para um comediante.

Na década de 1970, quando Bolaños criou a personagem Pópis no seriado Chaves, inicialmente a personagem tinha uma voz fanha como forma de ser engraçada. Um dia, Bolaños recebeu a carta de um telespectador reclamando que seu filho também tinha a voz fanha e, por causa disso, todos estavam comparando ele com a Pópis e caçoando dele na escola. Comovido com o relato, Roberto retirou a personagem do seriado por um ano e depois a trouxe de volta sem a voz fanhosa. No Brasil, a dublagem manteve a Pópis com a voz fanha.

Em 2012, segundo declarações de seu filho Roberto Gómez Fernández, Chespirito admitiu que havia bullying em seus programas, citando como exemplo a personagem Nhonho do Chaves, que é feito motivo de piada por ser gordo. Fernández disse que na época em que os programas foram feitos a comédia costumava fazer piadas com as características físicas das pessoas, por exemplo. Mas que isso mudou, seu pai Chespirito está consciente das consequências que isso pode causar e não criaria hoje em dia personagens vítimas de bullying.

Boatos sobre narcotráfico: Em 2007, Fernando Rodríguez Mondragón, filho do chefe de narcotráfico de Cali, Gilberto Rodríguez Orejuela, publicou um livro onde disse que Bolaños e o cantor mexicano Juan Gabriel se apresentaram em festas de narcotraficantes na Colômbia. Isso fez surgirem boatos de que Bolaños teria estado envolvido com narcotraficantes. Perguntado sobre o assunto, Bolaños sempre negou ter qualquer relação com narcotraficantes ou em ter se envolvido em negócios do crime organizado. Sustentou que, quando ele dá um espetáculo, não pede às pessoas que vão assistir que se identifiquem e, portanto, se narcotraficantes vieram a assistir os shows dele na Colômbia, foi sem que ele soubesse.

"Nunca estive ligado ao narcotráfico, em nenhuma de suas formas, nem fui amigo pessoal de nenhum narcotraficante, nem participei de negócios provenientes de tal indústria criminosa, nem direta nem indiretamente. O que sim posso afirmar categoricamente é que não conheço as pessoas citadas nesta nota jornalística, e que nunca estive confraternizando com elas em alguma festa privada. Se estiveram presentes em um show meu ou houve coincidência de ordem física em algum lugar do mundo, e em qualquer data, foi sem que eu tenha consciência disso e sem que tenha envolvido relação pessoal ou profissional", disse Bolaños em um comunicado à imprensa em 2007.

Em 2008, o ator Carlos Villagrán comentou o assunto e acusou Bolaños de trabalhar para narcotraficantes. O próprio Bolaños, mais uma vez, negou. Após a morte de Bolaños, Villagrán voltou a falar no assunto e disse que Bolaños teria trabalhado com o famoso narcotraficante Pablo Escobar. O filho de Pablo, Juan Escobar, negou as declarações de Villagrán.

Críticas a Guernica de Pablo Picasso: Em 2007, Bolaños criticou a obra Guernica, de Pablo Picasso, o que gerou controvérsia. Disse que essa pintura é apenas "uma caricatura" e que, antes de expressar a dor de um povo, parece na obra que "o vilão está festejando com seu ataque".

Reprodução mural da pintura "Guernica" de Picasso feita em azulejos em um muro na cidade de Gernika-Lumo.


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