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Arlindo Cruz na Roda de Boteco em 13 de Julho 2016. |
- NOME COMPLETO: Arlindo Domingos da Cruz Filho
- NASCIMENTO: 14 de setembro de 1958 às 08:10; Rio de Janeiro, DF
- FALECIMENTO: 8 de agosto de 2025 (66 anos); Rio de Janeiro, RJ (Pneumonia)
- OCUPAÇÃO: cantor, compositor e instrumentista
- FAMÍLIA: Acyr Marques (irmão), Babi Cruz (cônjuge; c. 2012; v. 2025)
- TORCEDOR: Clube de Regatas do Flamengo
- RELIGIÃO: Candomblé
Arlindo Cruz Filho OMC (1958–2025) foi um músico e compositor brasileiro de samba e pagode. Inicialmente conhecido como compositor, com o tempo passou a cantar suas próprias composições e adquiriu certa relevância como integrante do grupo Fundo de Quintal, no qual permaneceu até 1993.
Arlindo venceu mais de vinte e seis prêmios, incluindo o 26.º Prêmio da Música Brasileira, e é detentor de dezenove disputas de samba-enredo pelas escolas Império Serrano, Acadêmicos do Grande Rio, Unidos de Vila Isabel e Leão de Nova Iguaçu. Foi indicado ao Grammy Latino cinco vezes, sendo quatro na categoria Melhor Álbum de Samba/Pagode e um na categoria Melhor Canção em Língua Portuguesa.
BIOGRAFIA
Arlindo nasceu às 8h10min de 14 de setembro de 1958 em Piedade no subúrbio do Rio de Janeiro, e criado em Madureira, filho de Aracy Marques da Cruz e Arlindo Domingos da Cruz, irmãos por parte de pai. O cantor teve seu primeiro contato com a música por meio de seus pais e seu tio; Aracy tocava pandeiro, Arlindo Domingos da Cruz tocava cavaquinho e o tio tocava violão. Aos sete anos, o menino ganhou o primeiro cavaquinho. Empolgado com o instrumento, esperava ansioso o pai chegar do trabalho para aprender a tocar. Aos doze já tirava muitas canções de ouvido, e, como seu irmão, Acyr Marques, aprendia violão.
Na juventude, entrou para a escola Flor do Méier, onde estudou teoria, solfejo e violão clássico por dois anos. E já nessa época começou a trabalhar profissionalmente como músico, fazendo rodas de samba com vários artistas, inclusive Candeia. Com ele, gravou seus primeiros discos, um compacto simples, pela gravadora Odeon, e um LP chamado Roda de Samba (hoje encontrado em CD). Em ambos tocou cavaquinho. Ao completar 15 anos foi estudar em Barbacena, Minas Gerais, na escola preparatória de Cadetes do Ar, mas não abandonou a música. Cantava no coral da escola.
CARREIRA
Início solo e Fundo de Quintal (1981–93): Ganhou festivais em Barbacena e Poços de Caldas. Quando deixou a Aeronáutica, passou a frequentar a roda de samba do Cacique de Ramos. Ia todas as quartas-feiras, aprender ao lado de Jorge Aragão, Beth Carvalho, Beto sem Braço, Ubirany e Almir Guineto. Outros jovens seguiam o mesmo caminho, entre eles, Zeca Pagodinho e Sombrinha - que viria a ser seu parceiro. Logo no primeiro ano de Cacique, teve doze canções gravadas por vários intérpretes. A primeira delas foi "Lição de Malandragem". Depois vieram outros sucessos, como "Grande Erro" (Beth Carvalho), "Novo Amor" (Alcione) e outros. Com a saída de Jorge Aragão do Fundo de Quintal, Arlindo Cruz foi convidado a participar do Grupo. Foram, então, 12 anos de trabalho. Neste período, gravou com muitos artistas do pagode e deu as canções Seja sambista também, Só Pra Contrariar, Castelo de Cera, O Mapa da Mina e outras ao Fundo de Quintal.
Carreira solo (1993–2017): Em 1993, Arlindo sai do Fundo de Quintal para seguir carreira solo. No mesmo ano, Arlindinho, seu primeiro álbum solo, que contava com doze faixas, foi lançado pelo selo Line Records, produzido por Milton Manhães e disponibilizado nas lojas no formado de disco de vinil. O álbum Batuques do Meu Lugar, lançado em 2013, foi indicado à categoria de Melhor Álbum de Samba do Prêmio Contigo! MPB FM de Música 2013.
Em meados de 2009, é lançado o DVD e CD duplo MTV ao Vivo Arlindo Cruz (Deckdisc). Gravado em São Paulo, o projeto já era desejado por Arlindo Cruz desde sua participação no clipe de "Dor de Verdade" (de Marcelo D2) e a gravação do acústico do cantor Zeca Pagodinho. Arlindo ainda afirmou que, mesmo sabendo que a MTV não é uma emissora de música brasileira, ficou satisfeito com os resultados.
Em 2015, ganhou o 26º Prêmio da Música Brasileira na categoria Melhor Músico de Samba.
AVC e afastamento da carreira artística (2017–2025): Em 17 de março de 2017, o compositor sofre um acidente vascular cerebral. O estado de saúde do músico era grave, porém estável. O fato ocorreu quando Arlindo Cruz se preparava para viajar a São Paulo, onde faria um show na cidade de Osasco, com seu filho, no projeto "pagode 2 Arlindos". Três anos após a enfermidade, Arlindo voltou a falar algumas palavras, demonstrando uma melhora significativa de seu quadro inicial.
Em 14 de setembro de 2018, no dia do aniversário de sessenta anos de Arlindo, o filho do músico, Arlindinho, realizou uma apresentação especial no Vibra São Paulo (anteriormente chamado de Credicard Hall, Citibank) em São Paulo. O show teve participação especial de Xande de Pilares, Turma do Pagode, Leandro Lehar, Belo, Leci Brandão e outros.
VIDA PESSOAL
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Arlindo (direita) e o filho Arlindinho (esquerda) em 2016. |
Arlindo casou-se em 2012 com a empresária e produtora Babi Cruz, com quem mantinha uma união desde 1996. Em maio de 2022, dez anos depois do matrimônio, fizeram a renovação dos votos para cerca de sessenta pessoas no Rio de Janeiro. O cantor era pai do músico Arlindo "Arlindinho" Domingos da Cruz Neto e de Flora Cruz.
SAÚDE E MORTE
Em 17 de março de 2017, Arlindo Cruz sofreu um acidente vascular cerebral durante o banho e caiu sobre a banheira de sua casa. Conforme sua esposa, o cantor pesava cento e quarenta quilos tinha péssimos hábitos, como a alimentação ruim e o uso de drogas, presente em sua vida desde a época de escola. Arlindo foi internado na Casa de Saúde São José e em maio de 2017, já havia perdido trinta quilos, além de ter a metade esquerda do corpo paralisada e se alimentar por sonda. Em julho de 2018, recebeu alta e passou a se recuperar em casa. Em 2022, foi internado mais uma vez para passar por uma broncoscopia. Em julho de 2023, ficou internado por vinte e um dias para tratar uma pneumonia. Em abril de 2024, foi internado para tratar uma infecção respiratória, recebendo alta quinze dias depois. Desde 2022, Arlindo Cruz fazia um tratamento à base de óleo de CANNABIS. Em 29 de maio de 2025, Arlindo foi internado no hospital Barra D'Or, no Rio de Janeiro, devido a um quadro de pneumonia que era estável, conforme a esposa do músico.
Arlindo morreu no Hospital Barra D'Or, no Rio de Janeiro, em 8 de agosto de 2025 aos 66 anos, vítima da pneumonia que tratava desde maio.
COMPOSIÇÕES
- PERÍODO MUSICAL: 1981–2017
- GÊNERO(S): samba, partido-alto, pagode e MPB
- INSTRUMENTO(S): vocal, cavaquinho e banjo
- GRAVADORA(S): Universal Music
- SÍTIOS: Website Oficial
Arlindo Cruz dedicou os primeiros anos de sua carreira à composição. Dentre as músicas por ele escritas, tem-se "Bagaço de Laranja", "Casal Sem Vergonha", "Dor de Amor" e "Quando eu te vi Chorando" (gravadas por Zeca Pagodinho); "Jiló com Pimenta", "Partido Alto Mora no meu Coração" e "A Sete Chaves" (gravadas por Beth Carvalho); e "Pra ser Minha Musa" e "Onde Está" (gravadas por Reinaldo).
Disputas de sambas de enredo: Entre 1989 e 2016, o cantor concorreu nas eliminatórias de samba enredo de várias escolas, principalmente de sua escola de samba preferida, o Império Serrano. A primeira vitória foi em 1989, no enredo Jorge Amado, Axé Brasil. Arlindo emplacou os hinos imperianos em 1996 e 1997, quando a escola acabou caiu para o Grupo de Acesso A. Arlindo ainda venceria na Serrinha em 1999, 2001 - samba que ganhou o Estandarte de Ouro do jornal O Globo, 2003, 2006 e 2007. Arlindo concorreu em 2008 pela primeira vez em outra escola. Ele venceu na Grande Rio no enredo Do Verde de Coari Vem Meu Gás, Sapucaí!. Desde que começou a disputar nas eliminatórias, Arlindo Cruz já venceu oito vezes. Além de ter ganho na Vila Isabel e de ter encomendado, duas vezes, na Leão de Nova Iguaçu.
DISCOGRAFIA
- Com Fundo de Quintal:
- Samba é No Fundo de Quintal Vol. 2 (1981)
- Nos Pagodes da Vida (1983)
- Seja Sambista Também (1984)
- Divina Luz (1985)
- O Mapa da Mina (1986)
- Do Fundo do Nosso Quintal (1987)
- O Show Tem Que Continuar (1988)
- Ciranda do Povo (1989)
- É Aí Que Quebra a Rocha (1991)
- Carreira solo:
- Arlindinho (1993)
- Pagode do Arlindo (2003)
- Sambista Perfeito (2007) (30.000)
- MTV ao Vivo: Arlindo Cruz (2009) (CD 100.000) (DVD 60.000)
- Batuques e Romances (2011) (30.000)
- Batuques do Meu Lugar (2012) (CD 25.000) (DVD 25.000)
- Herança Popular (2014) (20.000)
- Na Veia (com Rogê) (2015) (2.000)
- 2 Arlindos (com Arlindinho) (2017) (5.000)
- Com Sombrinha:
- Da Música (1996) (60.000)
- Samba é nossa cara (1997)
- Pra ser Feliz (1998)
- Ao Vivo (2000)
- Hoje Tem Samba (2002)
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