Postagens mais visitadas

segunda-feira, 13 de outubro de 2025

CELULITE (IRREGULARIDADES NA PELE)

Grande irregularidade na pele de uma mulher jovem. Foto tirada em Tóquio, capital do Japão em 28 de abril de 2007, 09:32.

  • OUTROS NOMES: Adipose edematosa, dermopanniculosis deformans, status protrusus cutis, lipodistrofia ginóide, síndrome da casca de laranja
  • ESPECIALIDADE: Cirurgia plástica
Celulite (/ˈsɛljəlaɪt/) ou lipodistrofia ginóide (GLD) é a herniação da gordura subcutânea dentro do tecido conjuntivo fibroso que se manifesta como ondulações e nodularidade da pele, frequentemente na região pélvica (especificamente nas nádegas), membros inferiores e abdômen. A celulite ocorre na maioria das mulheres pós-púberes. Uma revisão dá uma prevalência de 85–98% das mulheres de ascendência europeia, mas é consideravelmente menos comum em mulheres de ascendência do leste asiático. Raramente é vista em homens. Acredita-se que seja fisiológico em vez de patológico. Pode resultar de uma combinação complexa de fatores, incluindo dieta, estilo de vida sedentário, equilíbrio hormonal ou hereditariedade, entre outros.

CAUSAS

As causas da celulite incluem alterações no metabolismo, fisiologia, hábitos alimentares e de exercício, obesidade, alteração da estrutura do tecido conjuntivo, fatores hormonais, fatores genéticos, sistema microcirculatório, matriz extracelular, bebidas alcoólicas o cigarro e alterações inflamatórias sutis.

Fatores hormonais: Os hormônios desempenham um papel dominante na formação da celulite. Acredita-se que o estrogênio seja um hormônio importante no desenvolvimento da celulite, e foi proposto que um desequilíbrio de estrogênio em relação à progesterona pode estar associado à celulite. No entanto, não houve nenhuma evidência clínica confiável para apoiar a alegação de que os níveis de estrogênio estão ligados à celulite, e muitas mulheres com níveis elevados de estrogênio não têm celulite. Acredita-se que outros hormônios - incluindo insulina, as catecolaminas adrenalina, cortisol e noradrenalina, hormônios da tireoide e prolactina - participem do desenvolvimento da celulite.

Fatores genéticos: Existe um elemento genético na suscetibilidade individual à celulite. Os pesquisadores rastrearam o componente genético da celulite até polimorfismos específicos nos genes da enzima conversora de angiotensina (ECA) e do fator induzível por hipóxia 1A (HIF1a). As evidências da hereditariedade da celulite são apoiadas por estudos que mostram que tanto a presença quanto o grau de celulite são semelhantes entre mulheres da mesma família.

Fatores predisponentes: Vários fatores demonstraram afetar o desenvolvimento da celulite. Sexo, etnia, biótipo, distribuição de gordura subcutânea e predisposição à insuficiência linfática e circulatória contribuíram para a celulite. É consideravelmente menos comum em mulheres de ascendência do leste asiático do que em mulheres brancas.

Estilo de vida: Um estilo de vida muito estressante causa um aumento no nível de catecolaminas, que também foram associadas ao desenvolvimento da celulite. A inatividade pode causar estase vascular, formando celulite. O consumo excessivo de carboidratos também pode estar relacionado à celulite em alguns casos.

TRATAMENTOS

A celulite pode ser resistente a uma variedade de tratamentos. Além de produtos "tópicos" (cremes, pomadas) e injetáveis (colagenase), os tratamentos para celulite incluem terapia não invasiva, como sucção mecânica ou massagem mecânica. Os dispositivos baseados em energia incluem radiofrequência com penetração profunda na pele, ultrassom, câmaras de crioterapia, dispositivos de laser e luz pulsada. Combinações de tratamentos mecânicos e procedimentos baseados em energia são amplamente utilizadas. A ionitermia, uma forma de eletroterapia que usa estimulação muscular elétrica, foi descrita como ineficaz. Técnicas de 'subcisão' mais invasivas utilizam um microbisturi do tamanho de uma agulha para cortar as faixas fibrosas causadoras do tecido conjuntivo. Os procedimentos de subcisão (manuais, assistidos por vácuo ou assistidos por laser) são realizados em clínicas especializadas com pacientes que recebem anestesia local.

DESCRIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO

Embora não seja uma doença, a celulite é descrita por áreas como dermatologia, cosmetologia e cirurgia plástica. Assim, produziu-se algumas descrições. Em uma dessas descrições, estabeleceu-se uma escala de quatro graus, sendo eles:
  1. grau 0: Sem ondulações ou irregularidades na pele quer o indivíduo esteja de pé ou deitado. Ao pinçar a região surgem as ondulações, mas sem covinhas ou depressões;
  2. grau 1: Sem ondulações e irregularidades na pele ao ficar de pé ou deitado. Ao pinçar a região surgem as ondulações e também covinhas e depressões;
  3. grau 2: Ondulações, rugosidades, depressões e covas espontaneamente se o indivíduo estiver de pé, mas não quando está deitado;
  4. grau 3: Ondulações, rugosidades e covinhas estão presentes mesmo deitado.

Em 2009 uma nova escala foi proposta em artigo publicado no Jornal da Academia Europeia de Dermatologia e Venereologia e reconhecida pela Sociedade Brasileira de Dermatologia. Essa nova classificação avalia a celulite de forma mais objetiva a partir de suas principais características clínicas, sendo elas: número e profundidade de depressões; aspecto das áreas elevadas da celulite; presença de lesões elevadas; presença de flacidez; graus da antiga classificação. Cada um desses itens recebe uma pontuação de zero a três. A soma total dos pontos vai mostrar se a celulite é: "leve" (1 a 5 pontos); "moderada" (6 a 10 pontos); ou "grave" (11 a 15 pontos). Utilizando essa escala é possível levar em consideração os detalhes mais relevantes para cada paciente e, de acordo com a nota de cada característica e quando desejado, determinar um procedimento de remoção.

HISTÓRIA

O crescente interesse pela celulite tem sido historicamente associado ao crescimento da indústria cosmética no Ocidente, bem como à globalização. O termo foi usado pela primeira vez na década de 1920 por spas e serviços de beleza para promover seus serviços e começou a aparecer em publicações em inglês no final da década de 1960, com a primeira referência na revista Vogue: "Como um peixe em rápida migração, a palavra celulite cruzou repentinamente o Atlântico." De acordo com a pesquisadora italiana Martina Grimaldi, a celulite tem sido frequentemente patologizada como uma "doença" na mídia de notícias da Europa Ocidental, e foi demonstrado que as revistas francesas que promovem essa desinformação são frequentemente financiadas por empresas farmacêuticas que fabricam produtos anticelulite para a pele. A jornalista americana Susan Faludi observa que as propagandas de beleza ocidentais tentaram retratar a celulite como um sintoma do progresso social das mulheres, que a celulite é causada por ser uma mulher trabalhadora e independente. Faludi escreve que tais mensagens são motivadas pelo medo, dentro da indústria cosmética, de que o progresso social das mulheres possa levar ao declínio dos lucros na indústria da beleza como um todo, observando que os lucros diminuíram nas décadas de 1970 e 1980, a era do feminismo de segunda onda.

FONTES: Khan, Misbah H.; Victor, Frank; Rao, Babar; Sadick, Neil S. (2010). "Treatment of cellulite. Part I. Pathophysiology". Journal of the American Academy of Dermatology. 62 (3): 361–70, quiz 371–2. doi:10.1016/j.jaad.2009.10.042. PMID 20159304.

Khan, Misbah H.; Victor, Frank; Rao, Babar; Sadick, Neil S. (2010). "Treatment of cellulite. Part II. Advances and controversies". Journal of the American Academy of Dermatology. 62 (3): 373–84, quiz 385–6. doi:10.1016/j.jaad.2009.10.041. PMID 20159305.

Rossi, Ana Beatris R; Vergnanini, Andre Luiz (2000). "Cellulite: A review". Journal of the European Academy of Dermatology and Venereology. 14 (4): 251–62. doi:10.1046/j.1468-3083.2000.00016.x. PMID 11204512. S2CID 18504078.

 Pinna, K. (2007). Nutrition and diet therapy. Belmont, CA: Wadsworth. p. 178.
 Avram, Mathew M (2004). "Cellulite: A review of its physiology and treatment". Journal of Cosmetic and Laser Therapy. 6 (4): 181–5. CiteSeerX 10.1.1.506.7997. doi:10.1080/14764170410003057. PMID 16020201. S2CID 20205700.

 Janda, K; Tomikowska, A (2014). "Cellulite - causes, prevention, treatment". Annales Academiae Medicae Stetinensis. 60 (1): 29–38. PMID 25518090.

 Young, V Leroy; DiBernardo, Barry E (18 May 2021). "Comparison of Cellulite Severity Scales and Imaging Methods". Aesthetic Surgery Journal. 41 (6): NP521 – NP537. doi:10.1093/asj/sjaa226. PMC 8129470. PMID 32785706.

 Rao, Jaggi; Gold, Michael H; Goldman, Mitchel P (2005). "A two-center, double-blinded, randomized trial testing the tolerability and efficacy of a novel therapeutic agent for cellulite reduction". Journal of Cosmetic Dermatology. 4 (2). Wiley: 96. doi:10.1111/j.1473-2165.2005.40208.x. ISSN 1473-2130. PMID 17166206. S2CID 10123904. "heredity: empirically, it has been found that the degree and presence of cellulite, as with body habitus, is often similar between females within the same family; race: Caucasian women are more likely to develop cellulite than Asian or African American women;

 Terranova, F.; Berardesca, E.; Maibach, H. (2006). "Cellulite: Nature and aetiopathogenesis". International Journal of Cosmetic Science. 28 (3): 157–67. doi:10.1111/j.1467-2494.2006.00316.x. PMID 18489272. S2CID 15618447.

 Bissoon, Lionel (October 2006). The Cellulite Cure. Meso Press. p. 74. ISBN 978-0-9764821-0-9.

 Emanuele, E; Bertona, M; Geroldi, D (2010). "A multilocus candidate approach identifies ACE and HIF1A as susceptibility genes for cellulite". Journal of the European Academy of Dermatology and Venereology. 24 (8): 930–5. doi:10.1111/j.1468-3083.2009.03556.x. PMID 20059631. S2CID 26214159.

 Rossi, Anthony M.; Katz, Bruce E. (2014). "A Modern Approach to the Treatment of Cellulite". Dermatologic Clinics. 32 (1): 51–9. doi:10.1016/j.det.2013.09.005. PMID 24267421.

 Juhász M, Korta D, Mesinkovska NA (2018). "A Review of the Use of Ultrasound for Skin Tightening, Body Contouring, and Cellulite Reduction in Dermatology". Dermatol Surg. 44 (7): 949–963. doi:10.1097/DSS.0000000000001551. PMID 29846343. S2CID 44101405.

 Ingargiola, Michael J.; Motakef, Saba; Chung, Michael T.; Vasconez, Henry C.; Sasaki, Gordon H. (2015). "Cryolipolysis for Fat Reduction and Body Contouring". Plastic and Reconstructive Surgery. 135 (6). Ovid Technologies (Wolters Kluwer Health): 1581–1590. doi:10.1097/prs.0000000000001236. ISSN 0032-1052. PMC 4444424. PMID 26017594.

 Gold, Michael H. (2012). "Cellulite – an overview of non-invasive therapy with energy-based systems". Journal der Deutschen Dermatologischen Gesellschaft. 10 (8): 553–8. doi:10.1111/j.1610-0387.2012.07950.x. PMID 22726640. S2CID 21099081.

 Friedmann DP, Vick GL, Mishra V (2017). "Cellulite: a review with a focus on subcision". Clin Cosmet Investig Dermatol. 10: 17–23. doi:10.2147/CCID.S95830. PMC 5234561. PMID 28123311.

 Feldman, Melissa (2018-03-09). "Ionithermie Cellulite Treatment Reviews: Does It Work?". Consumer Health Digest. Retrieved 2023-12-24.

 Coleman, Kyle M.; Coleman, William P.; Benchetrit, Arie (December 2009). "Non-Invasive, External Ultrasonic Lipolysis". Seminars in Cutaneous Medicine and Surgery. 28 (4): 263–267. doi:10.1016/j.sder.2009.10.004. ISSN 1085-5629.

 Wanner, M; Avram, M (2008). "An evidence-based assessment of treatments for cellulite". Journal of Drugs in Dermatology. 7 (4): 341–5. PMID 18459514.Free access icon
 Nürnberger, F.; Müller, G. (1978). "So-Called Cellulite: An Invented Disease". The Journal of Dermatologic Surgery and Oncology. 4 (3): 221–9. doi:10.1111/j.1524-4725.1978.tb00416.x. PMID 632386.
 MedlinePlus Encyclopedia: Cellulite
 Vogue 15 Apr 1968 110/1[non-primary source needed]

 Hackett, Paul M. W.; Hayre, Christopher M. (2 December 2020). Handbook of Ethnography in Healthcare Research. Routledge. p. 166. ISBN 978-1-000-26398-5. In the text "The female body between science and guilt: The story of cellulite", Ghigi (2004) explains the role of French magazines in the construction of the concept of cellulite. It shows how two French magazines, "Votre Beaute" and "Marie Claire" have helped to show cellulite as a disease. These are two newspapers funded by pharmaceutical companies that manufacture anti-cellulite products.

 Faludi, Susan (18 November 2009). Backlash: The Undeclared War Against American Women. Crown. p. 213. ISBN 978-0-307-42687-1.

Post nº 538 ✓


Nenhum comentário:

Postar um comentário

HÉRCULES (FILME ÍTALO-AMERICANO DE 1983)

Este é um pôster de Hércules. Acredita-se que os direitos autorais da arte do pôster pertençam ao distribuidor do item promovido, MGM/UA, à ...